As empresas EDP, EY, Fiap e Korn Ferry anunciaram o lançamento e a adesão ao Pacto Empresarial Brasileiro pela Digitalização Humanizada do Trabalho. O objetivo é a mobilização das lideranças empresariais do Brasil em um movimento humanizador da digitalização do trabalho, engajando toda sociedade e partes interessadas por meio de um ecossistema colaborativo de discussão. “Pensar neste futuro próximo e nas formas de se adaptar a ele é imprescindível”, segundo Gustavo Gennari, CEO da FIAP.
“Avaliamos que o mercado de trabalho deverá ser bem diferente a partir de 2025 com consideráveis transformações nas atividades operacionais, que vêm sendo reestruturadas por meio da robotização de processos. Com isso, a atenção deve voltar-se para o desenvolvimento das pessoas e formação de talentos que correspondam a essa nova realidade”, avalia Luiz Sérgio Vieira, CEO de Brasil da EY.
As primeiras iniciativas das empresas-parceiras foram a estruturação e adesão ao Pacto Empresarial de Digitalização Humanizada do Trabalho e o anúncio de um Summit sobre o tema, a ser realizado no primeiro trimestre de 2018, que reunirá executivos e especialistas em debates sobre a robotização de processos e os impactos da utilização de sistemas robóticos na sociedade e nas companhias.
“A transformação digital é uma realidade, mas não podemos acreditar que o crescente valor do fator tecnológico vai anular o valor do fator humano, afinal de contas a inteligência artificial pode gerar dados melhores e mais rápidos, e detectar tendências importantes, mas ela não consegue ir além dos seus algoritmos. As pessoas conseguem ir além, suas habilidades e potencial podem ser continuamente melhorados por meio de conhecimento e experiência”, complementa Jorge Maluf, Sócio da Korn Ferry.
As empresas-parceiras são signatárias de dez princípios fundamentais que regem o Pacto Empresarial Brasileiro pela Digitalização Humanizada:
– Humanização: Considerar sempre o fator humano na tomada de decisão sobre tecnologia, criando condições para que se fortaleça a capacidade de adaptação ao novo paradigma organizacional.
– Liderança: Liderar a busca de soluções e o engajamento das partes interessadas na promoção da digitalização humanizada do trabalho.
– Integração: Promover a integração entre o setor público, as organizações empresariais, entidades do terceiro setor e outras partes interessadas na busca da aplicabilidade dos conceitos da digitalização em benefício da sociedade em geral.
– Equilíbrio: Reger os vetores de equilíbrio da mudança considerando a capacidade adaptativa do indivíduo, a velocidade de absorção da organização, mudanças no contexto social e o envolvimento de demais agentes.
– Capacitação: Incentivar parcerias com entidades educacionais para assegurar a inclusão digital na grade de desenvolvimento e treinamento das pessoas envolvidas no processo de transformação do novo ambiente de trabalho.
– Inclusão: Assegurar condições de igualdade no acesso às plataformas de formação profissional independentemente da idade, raça, gênero, religião, situação econômica ou social.
– Conhecimento: Colaborar ativamente na realização de estudos e pesquisas que estimulem constantemente a produção de novo conhecimento, promovendo seu compartilhamento entre todas as partes interessadas.
– Transparência: Propiciar o acesso à informação, visando uma melhor compreensão da dinâmica e impacto da transformação dentro da esfera do indivíduo, organização e sociedade.
– Segurança: Mitigar os riscos e potencializar os benefícios dos avanços tecnológicos, aplicando boas práticas de segurança da informação e governança.
– Compliance: Estar comprometido com uma atuação ética e alinhada aos princípios da conformidade.
P&D EM ROBOTIZAÇÃO
Já alinhadas com o escopo do Pacto, a EDP e a EY, juntamente com a Universidade de São Paulo (USP), deram início recentemente a um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento para sistemas de inteligência artificial aplicados à área de distribuição de energia. Com investimento de R$ 8,3 milhões ao longo de 18 meses, o projeto irá estudar os impactos da automação de processos com robôs de última geração.
A iniciativa visa a estruturação de um observatório de tecnologias disruptivas que analisará, entre outros temas relevantes, os impactos na formação e gestão da força de trabalho. A partir desse estudo, será possível identificar, medir e mitigar os aspectos socioeconômicos e culturais, ajudando a definir um novo perfil para os colaboradores e corpos diretivos das empresas diante das mudanças trazidas pela aplicação de novas tecnologias avançadas.
O estudo inédito no setor de energia permitirá o uso de robôs de primeira geração, que são capazes de automatizar processos manuais e repetitivos, liberando as pessoas para atividades mais analíticas e criativas. Na sequência, será realizado o mesmo estudo usando robôs de terceira geração e superior, com o uso de inteligência artificial, capazes de aprender a identificar “padrões” e tomar decisões.
“Em 2017, a EDP foi pioneira no setor elétrico lançando o Centro de Excelência em Robotização e iniciando uma jornada de digitalização de processos. Agora, queremos estar na linha de frente na adoção de um quadro de melhores práticas nas relações entre o ser humano e a tecnologia”, explica o presidente da EDP, Miguel Setas.