Autor: Eduardo Ferraz
Ouço, com enorme frequência, reclamações de profissionais com relação a seus chefes. As descrições mais comuns: “medíocre; inábil; incompetente; intolerante, insensível e por aí vai. Provavelmente, uma parte disso é verdade, mas existe também o outro lado da moeda.
Quem é chefe costuma ter grande pressão por resultados, jornada de trabalho extra, subordinados insatisfeitos, clientes exigentes, prazos apertados, orçamento enxuto; e isso é multiplicado por duas, três ou mais vezes quando a pessoa está no topo do comando. A responsabilidade de lidar com todas essas demandas, seja em uma pequena empresa com poucos subordinados ou em uma com milhares de pessoas sob o seu comando, é do chefe. Além disso, tem que saber se equilibrar politicamente para não criar conflitos com outros chefes.
Comandar é mais difícil do que as pessoas imaginam. Tanto é verdade que há algumas semanas foi divulgada uma pesquisa feita em 20 países em que se perguntava o que as pessoas queriam na carreira e, dos 10 itens mais almejados, o último era se tornar chefe. Entre os brasileiros o dado ficava em 9º lugar.
Isso mostra que a maioria das pessoas enxerga os cargos de liderança como um peso que não gostariam de carregar, pois percebem que o preço para ganhar um salário melhor e ter mais status é muito alto.
Para ser um bom chefe, a pessoa precisa ter perfil, talento, ambição consciência dos desafios e, principalmente, preparação. Portanto, necessita estudar, fazer bons treinamentos, ler bastante e ter humildade para aprender com seus erros e acertos. Esse é o investimento mínimo que se precisa fazer para ter um caminho se não mais fácil, menos difícil.
Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 25 anos e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental.