Em crescimento com inovação

O Brasil é conhecido por ser um mercado difícil para empreeender, seja pelo cenário econômico muitas vezes instável, ou pelas políticas tributárias. Olhando mais especificamente para a área de telecom, há ainda a necessidade de acompanhar a evolução constante do setor. Diante de tantos desafios, são poucas as empresas que conseguem se manter de forma ativa por mais de 30 anos. E mais do que isso, sempre inovando. Pois é isso que a Felitron vem fazendo em seus 32 anos de operação. A empresa soube se antecipar às mudanças do mercado, consolidando sua atuação no Brasil e alçando voos internacionais.
Criada na década de 80, a Felitron inicialmente se chamava Fioretti – sobrenome do fundador Giovanni Fioretti. Na época, era distribuidora de peças e componentes para a indústria de telefonia, mercado que vivia um momento intenso. Porém, foi nos anos 90 que entrou para o mercado em que se tornaria referência. Nesse primeiro momento, a atuação ainda era como representante e distribuidora de headsets profissionais de marcas importadas. Mesmo assim, ela se destacou. Com o “boom” dos call centers no Brasil, no início dos anos 2000, a empresa logo se tornou “o maior laboratório técnico especializado em manutenção de headsets”, segundo Leonardo Fioretti, CEO da Felitron. “Tínhamos contratos de manutenção com os principais call centers como Atento e Contax, além de atender bancos, processadoras de cartões, etc.”, relembra o executivo.
Nessa mesma época, a companhia, já com o nome de Felitron – que vem de “Felitto”, nome da cidade em que Giovanni nasceu -, enfrentava algumas dificuldades para obter peças originais para manutenção dos headsets, o que limitava o crescimento. Além disso, a fabricante dos equipamentos, que dominava o mercado brasileiro, era americana e não desenvolvia produtos focados na necessidade das empresas latino-americanas. “Suas estratégias e produtos visavam os mercados dos Estados Unidos e Europa, com preços altos, sem peças de manutenção, etc.”, completa Leonardo, acrescentando que, a apesar de existirem opções nacionais, os produtos não tinham a mesma qualidade e design dos produtos americanos.
Com isso, a Felitron passou, em 2002, a dar seus primeiros passos rumo à fabricação de seus próprios produtos, até chegar 2004, quando lançou seu primeiro headset. “Nunca me esqueço. Nossa primeira produção foi de 50 unidades, no primeiro mês, com cinco funcionários na produção.” A aposta foi em aliar produtos de qualidade superior aos das marcas nacionais, porém com preço mais acessível que o da marca americana. “Com qualidade superior aos produtos nacionais da época e com design inovador, aliado ao fato de já termos contatos com os principais call centers, os produtos tiveram rápida aceitação no mercado”, aponta. O CEO reforça ainda que a estratégia era oferecer também um ótimo atendimento e serviços diferenciados, aproveitando-se do fato da Felitron ter nascido prestando serviços de assistência técnica. “Além disso, como fabricamos todas as peças no Brasil, conseguimos criar produtos de acordo com as expectativas dos clientes brasileiros e dos principais mercados da América Latina.”
Assim, o portfólio exclusivamente voltado para fabricação de headsets foi ganhando corpo com o passar dos anos. Hoje, são mais de 100 modelos diferentes. Com DNA de inovação, a empresa sempre teve como meta o lançamento de um produto por semestre. “Como sempre lançávamos novos produtos ou aperfeiçoávamos produtos que já tínhamos lançado, fomos rapidamente ganhando respeito do mercado.” São headsets para as mais diversificadas aplicações, desde os mais básicos para escritórios até os mais sofisticados, utilizados em grandes call centers, com alto índice de complexidade. Como resultado, a empresa cresceu 50% ao ano, de 2004 a 2010.
Também como fruto dessa evolução, a Felitron iniciou, em 2010, o processo de internacionalização, que foi ganhando importância com o passar dos anos. “Estamos alcançando números muito expressivos e ano a ano aumentando nossa participação no mercado da América Latina.” Atualmente, os produtos já são exportados para mais de 15 países e os números já apresentam expressiva representação na produção anual, com destaque para países como Argentina, Colômbia, Costa Rica e Peru. Agora, o próximo passo é ir para a Europa. Ainda em 2019, Itália e Portugal irão receber o portfólio de produtos e serviços da companhia.
EVOLUINDO SEMPRE
Diante desse constante crescimento, a Felitron realizou, em 2018, mais uma expansão da fábrica, localizada na zona sul de São Paulo. Certificada IS0 9001/2008 e em processo de certificação ISO 9001/2015, ela tem agora capacidade para produzir 300.000 headsets por ano. No mesmo local, a empresa possui um centro de desenvolvimento, com equipamentos da Bruel & Kjaer para pesquisas e desenvolvimento de headsets, headphones e equipamentos de áudio, seguindo normas de órgãos nacionais e internacionais. “Contamos ainda com equipes de pré-vendas e engenharia que suportam nosso time comercial em projetos junto a clientes estratégicos no Brasil e América Latina.” A Felitron conta também com um escritório comercial e marketing, localizado na zona sul de São Paulo, próximo dos principais players e clientes do mercado de telecom e TI.
Além disso, dando continuidade ao seu processo de evolução, a companhia lançou recentemente a FLT Lab, startup com foco em IoT, Business Intelligence e Analytics, e o IoT Experience, solução cloud based que transforma o headset em um dispositivo IoT. “Hoje, participamos diretamente da jornada dos clientes. Assim, além de fornecer os headsets, trabalhamos em conjunto com o cliente para contribuir com a qualidade do atendimento, desde o áudio, até parametrizações especiais como controle de tempo em mute, conexões e desconexões, avaliação de performance de operadores, redução de TMA, controle de ativos e até biometria de voz”, explica Leonardo, destacando que o feedback que tem recebido dos clientes é positivo. “Trazer algo novo e que realmente possa contribuir com o negócio de nossos clientes é muito gratificante para todo o time Felitron.”

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