Com o objetivo de descobrir como está e para onde caminha a gestão de pessoas nas empresas, a PricewaterhouseCoopers realizou o 1º Estudo de Melhores Práticas e Tendências na Gestão de Pessoas. A pesquisa, aplicada na América do Sul em 173 empresas do Brasil, Colômbia, Argentina e Chile, contou com a participação de 64% dos presidentes das companhias e considerou planejamento, organização, atratividade, seleção, desenvolvimento, retenção, gestão do conhecimento, gerenciamento de informações e serviços.
O estudo mostra que as organizações a cada dia tomam novos rumos e criam novos modelos de gerenciamento de pessoal. Das 78 empresas brasileiras consultadas, 96% estão em fase de mudanças organizacionais, 91% passam por reestruturações, 48% revelam alteração de todo o sistema, 45% apontam modificações na área de Recursos Humanos e 42% já sofreram ou estão para implantar sistemas integrados.
Segundo dados da pesquisa, no Brasil a integração da função de RH no processo de formulação estratégica da empresa torna-se mais rapidamente um fato concreto. Em 40% das empresas pesquisadas, as atividades do RH participam ativamente na tomada de decisões e na definição das estratégias. A tendência apresentada é de que a área de recursos humanos passe a ser um efetivo parceiro de negócio e participe cada vez mais nas definições estratégicas, funcionando como viabilizador da integração entre áreas e na organização com seus mercados, clientes e funcionários.
“O simples aumento de salário não é mais atrativo suficiente para reter funcionários no novo contexto em que vivemos. Além de oferecer salários compatíveis, as empresas precisam ter uma imagem institucional positiva e sinalizar com um ambiente de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Parece que as companhias que possuem um modelo integrado de gestão de pessoas conseguem ser mais efetivas na retenção de seus talentos”, explica José Valério Macucci, diretor de Negócios em Recursos Humanos da PricewaterhouseCoopers.
Em 77% das empresas sul-americanas há um sistema formal de Gestão de Desempenho, que objetiva desenvolvimento e/ou treinamento e plano de sucessão. As modalidades mais adotadas são: avaliação somente pelo gestor (86%), por modelo de competência e habilidade (37%) e pelo resultado de negócio (34%). Outro fator praticado em 86% dessas empresas, e em 9% no que diz respeito a processo de implantação, é a remuneração variável, que possibilita bônus individual, bônus de equipe ou participação nos resultados conforme a modalidade. No Brasil, privilegia-se o critério de desempenho da equipe, enquanto nos demais países pesquisados demonstra-se a valorização pelo desempenho individual.
No caso do treinamento, o Brasil é o que mais investe se comparado aos outros países. São cerca de US$ 1.310 ao ano por pessoa. Em seguida, aparece a Argentina com US$ 1.277. Em termos de horas dedicadas a treinamento, os brasileiros investem cerca de 43 horas por ano , enquanto os colombianos dedicam 44 horas para esse fim.
Comparando-se o número de empregados de RH com o número total de empregados das empresas, o Brasil lidera com uma taxa de 2,08% – a maior quantidade de funcionários nessa área em toda a América do Sul. Já a maior taxa de turnover da região é a da Colômbia, que atinge 14%, seguida pelo Brasil, que apresenta a segunda maior taxa, 9%.