Cotas corporativas para mulheres em posições de liderança são uma política trabalhista apoiada por mais de 66% dos executivos brasileiros. É o que aponta uma pesquisa sobre empoderamento feminino no mercado de trabalho feita pela People Oriented, consultoria especializada em recrutamento, a partir do relato de 159 pessoas com cargos diversos em companhias de diferentes portes do país.
Segundo o levantamento, as multinacionais são as que mais dispõem de iniciativas voltadas às mulheres, em 58,8% dos casos. Os números caem conforme diminui o porte da empresa, com 46,7% das grandes e 32,6% das pequenas e médias companhias promovendo políticas de empoderamento feminino. As microempresas são a exceção, indo na contramão da queda e registrando iniciativas do gênero em 38,9% de suas unidades.
Entre as empresas que adotam essas práticas, as ações mais comuns são a remuneração única por cargo, e não gênero (em 24% delas), o auxílio-creche (24%) e a licença-maternidade estendida (17%), seguidas do equilíbrio obrigatório na quantidade de homens e mulheres em processos seletivos (30,13%). Entre as menos frequentes, destacam-se dois formatos de vagas reservadas: para mulheres em cargos de liderança (6%) e em programas de trainee e estágio (1%).
Os dados foram coletados de forma anônima em março de 2017, por meio de um questionário formulado pela consultoria. “Essa pesquisa mostra que a igualdade de gêneros ainda é um desafio para o mercado de trabalho brasileiro”, diz Helena Magalhães, sócia da People Oriented. “Observamos uma mudança progressiva de pensamento; no entanto, ainda é preciso evoluir para ações efetivas que garantam as mesmas oportunidades para homens e mulheres”, conclui.