Trabalhar em uma empresa que oferece plano de carreira é o sonho de qualquer profissional que almeja oportunidades de crescimento. No entanto, as companhias no Brasil não estão dando a devida atenção. Os brasileiros fizeram a pior avaliação dos planos oferecidos pelas companhias, em pesquisa realizada pela Michael Page com 900 executivos no Brasil, Argentina, Chile, México e Colômbia. Para se ter uma ideia, 32% afirmam que sequer existe um plano de carreira nas empresas e 26% afirmaram que a empresa oferece um plano de baixa qualidade, somando 58% do total de executivos que participaram do estudo. Os que consideram bom o plano de carreira das empresas somam 38% e apenas 4% acham os planos excelentes.
A explicação, de acordo com o diretor de marketing da Michael Page para a América Latina, Sérgio Sabino, deve-se ao fato de que as empresas nacionais ou subsidiárias de multinacionais no Brasil viveram nos últimos anos uma pressão muito grande para ser a operação mais importante da região da América Latina. “As companhias quiseram aproveitar o crescimento da economia brasileira que se intensificou bastante entre 2004 e 2011”, diz. A necessidade de expansão com rapidez fez com que muitas empresas deixassem a estruturação de planos de carreira em segundo plano. “Essa omissão pode ser percebida agora na insatisfação dos executivos e representa um grande problema para as companhias”, ressalta.
O estudo revela que a realidade é bem diferente entre nossos vizinhos. Para 46% dos colombianos, 40% dos mexicanos, 35% dos argentinos e 34% dos chilenos os planos de carreira oferecidos pelas companhias instaladas nesses países são excelentes. Em média 50% dos profissionais desses países consideram desfrutar de um bom plano de carreira. “Estamos falando de países com realidades macroeconômicas distintas. O que chama atenção, porém, é que mesmo vivendo um momento importante de crescimento, as empresas da Colômbia e do México se mostraram mais preocupadas em oferecer um plano de carreira consistente para seus funcionários”, conclui Sabino. Os índices de insatisfação não ultrapassaram a casa dos 10% em nenhum dos casos. O mesmo vale para os que afirmaram que suas companhias não oferecem plano de carreira.