Exportar serviços de telemarketing para crescer em 2004

O ano de 2004 deve ser promissor para o setor de telemarketing no Brasil. Pelo menos dois projetos orienta a atuação das empresas do setor este ano. Um deles é a discussão da regulamentação de telemarketing, com um código de ética que também pode incluir até a discussão do chamado “Do Not Call”, ou seja, as pessoas que não queiram receber ligações de vendas ou divulgação de produtos poderão pedir que seus nomes sejam retirados dos bancos de dados das empresas de telemarketing.
A ética como fundamental na construção e crescimento das empresas e a proposta de criação de um selo de qualidade ajudarão no processo de mudança do conceito de telemarketing, como ações de relacionamento com o cliente, gerando produtos e serviços diferenciados, visando inclusive reduzir o impacto negativo do chamado “do not call list”.
Outro projeto do setor de telemarketing é a perspectiva de crescimento com a abertura do mercado internacional ao país.
O Brasil, um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, pretende entrar com força no mercado exterior de serviços de telemarketing, conhecido como call center off shore.
Com isso, o número de empregos de atendentes bilíngües, português e inglês, nas empresas de telemarketing no país deve subir dos atuais 600 para 5 mil postos de trabalho até ao final deste ano.
Discretamente, sem grande alarde, muitas empresas de telemarketing têm procurado contatar empresas na Américas do Norte e Central para transferência de seus serviços de telemarketing para ao Brasil.
É que corporações estrangeiras vêem o mercado brasileiro como lucrativo, vantajoso e competitivo para trazer para cá o atendimento de telemarketing.
O avanço significativo das telecomunicações – com as privatizações do setor -, de novas tecnologias nos centros de atendimentos a clientes (call centers) e salários menores do que os pagos na América do Norte e Europa são atrativos as empresas estrangeiras contratarem os serviços de telemarketing de empresas brasileiras. Para se ter uma idéia, a média salarial de um funcionário bilíngüe brasileiro gira em torno de US$ 400 (R$ 1,2 mil) enquanto nos Estados Unidos fica em US$ 1,2 mil por mês.
Outro fator que reforça essa tendência é a imagem dos operadores de call center brasileiros fora do país, jovens de classe média, no primeiro emprego, mas com alguma bagagem cultural.
Porém, não são somente as empresas internacionais que ganham. As corporações brasileiras de telemarketing terceirizam seus serviços para o exterior como alternativa viável de aumento de receitas, em dólar.
Algumas das grandes empresas de call center do setor iniciaram, mesmo que timidamente, processos de seleção de funcionários bilíngües para armazenamento em banco de dados para possíveis contratações, de acordo com a evolução dos negócios com empresas de fora.
Esse processo de contratação de funcionários qualificados tende a se expandir no setor de telemarketing no país. As empresas de telemarketing devem se preparar para novos desafios, e por isso, podem planejar investimentos nas áreas de recursos humanos, treinamento e na melhoria da prestação dos serviços prestados.
Um setor tão importante como o de telemarketing que movimenta US$ 20 bilhões por ano no Brasil e emprega 500.000 pessoas tem que olhar para ao futuro, sempre acompanhando as mudanças de comportamento da sociedade, das empresas e do consumidor.
Essa é a interação necessária para que os negócios do setor continuem a progredir, gerando riquezas e empregos.
Rubens Tavares, presidente da Criativa Telemarketing, empresa de call center com sede em São Paulo e filiais no Rio de Janeiro e Fortaleza.

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