A história de Alessandra Ronze de Almeida com a empresa de call center paulistana SPCom é antiga. E longa. São 15 dos 33 anos de vida e o crachá de funcionária número 1. Não por acaso, a trajetória profissional de Alessandra exemplifica com precisão as razões para que o setor seja dominado pelas mulheres – que são três de cada quatro funcionários do segmento. “Possibilidade de ascensão profissional, foco na capacitação e horários mais flexíveis são o sonho de qualquer mulher e também de qualquer mãe”, afirma Alessandra, com o conhecimento de causa de quem teve três filhos – Guilherme, Bruno e Gabriel -, todos “nascidos” no call center.
Hoje, Alessandra, que entrou como recepcionista, não é mais operadora. Trabalha na área administrativa. No entanto, reconhece que a carga horária de seis horas foi fundamental para a criação dos filhos. “Além disso, nunca tive problemas com as minhas licenças de maternidade. Sempre fui muito bem recebida na volta. Pretendo me aposentar aqui, vendo o crescimento da empresa”, diz. Quando o assunto são outros rebentos, Alessandra não hesita: “A fábrica fechou. Já consegui compatibilizar muito bem as funções de mãe e de profissional”.
Sendo o call center um local que abriga muitas mulheres jovens, a presença de (futuras) mamães é muito comum. Exatamente por isso, uma das principais preocupações do setor é que as informações sobre métodos contraceptivos cheguem até esse batalhão feminino, para evitar gravidez indesejada. A SPCom, por exemplo, promove, periodicamente, palestras informativas para os funcionários.