As tendências que irão mudar o ambiente de trabalho no futuro vão muito além das fronteiras entre a vida pessoal e o trabalho. É o que sugere a nova pesquisa divulgada pela CompTIA, associação da indústria de TI sem fins lucrativos. Maior ênfase no engajamento nas mídias sociais e fortes conhecimentos sobre tecnologia são alguns dos direcionamentos que irão reinar no futuro por conta do Millennials (nascidos entre 1980 e 2000).
Para Seth Robinson, diretor sênior de análise de tecnologia da CompTIA, assim como os Baby Boomers e a Geração X, os Millennials têm fortes preferências e prioridades sobre como eles acham que o local de trabalho deve ser. “Diante disso, será interessante ver se essas preferências se tornarão normas com mais Millennials ocupando posições de liderança sênior; ou se os Millennials mudarão seus pontos de vista quando assumirem maiores responsabilidades diante de clientes, comunidades, colaboradores e acionistas”, comenta.
Flexibilidade de local de trabalho
Os profissionais mais jovens, que cresceram em uma época em que a flexibilidade é a norma esperada para estender aos seus acordos de trabalho, querem atuar em empresas que oferecem uma opção de trabalho remoto, mesmo que isso signifique aceitar um salário mais baixo. Empresas que não oferecem uma opção de telecommuting, como é chamado em inglês, são vistas como antiquadas. Em todos os grupos etários, a maioria dos trabalhadores querem um arranjo que apresente alguns dias no escritório e alguns dias em casa, com um maior número de dias no escritório. A colaboração, a conexão e a criatividade que resulta da interação face a face com colegas de trabalho continua a ser importante para os trabalhadores, independentemente da idade.
Mídias sociais
Empregados em seus 20 e 30 anos são muito mais propensos a usar a mídia social, como o Facebook, para fins de trabalho – cerca de três em cada 10 dentro de cada faixa etária. Em contrapartida, menos de 20% dos Baby Boomers usam o Facebook para fins de trabalho e 25% não usam o Facebook como um todo, para trabalho ou uso pessoal.
Além das fronteiras entre trabalho e vida pessoal – as informações que estão sendo compartilhadas por meio dos canais de mídias sociais – são motivo de preocupação entre as empresas e reconhecidas como um problema em potencial pelos próprios funcionários. A maioria dos trabalhadores em todos os grupos etários (64%) acredita que a mídia social gera impactos negativo na produtividade no trabalho. “As organizações devem considerar seriamente a construção de uma política em torno das mídias sociais para definir comportamentos apropriados e minimizar o risco de dados sensíveis serem compartilhados”, disse Robinson.
Entretanto, isso pode ser complicado no local de trabalho do futuro. Os trabalhadores mais jovens enxergam uma maior ligação entre as mídias sociais e seu trabalho, e sentem que suas habilidades com as mídias sociais são um elemento importante do conjunto de habilidades que eles trazem para os seus empregos.
Tech Status
Três quartos dos Millennials dizem que o uso da tecnologia em uma empresa é fator importante na escolha de um emprego, em comparação com pouco mais da metade dos Baby Boomers. À medida que o mundo se torna mais digital, as empresas com a melhor tecnologia estarão em melhor posição para competir e contratar trabalhadores mais jovens. Quando se trata de nível de conforto e capacidade de usar tecnologia, 70% dos Millennials se rotulam como “vanguarda” ou “nível superior”. Para os trabalhadores da Geração X, o valor correspondente é de 55% e para os Baby Boomers é de 30%. O e-mail continua a ser a forma mais dominante de comunicação no local de trabalho, mas novas formas de comunicação, como o Skype e mensagens instantâneas estão reivindicando uma parcela cada vez maior, especialmente entre os trabalhadores com idade inferior a 50 anos.