O ruim, o bom, e o excelente

Autor: Alexandre Slivnik
Já ficou claro que o sucesso da organização depende do desempenho dos colaboradores. Todos os dias, os profissionais têm a oportunidade de criar valor para os clientes, mas eles não podem tomar decisões sozinhos, ou seja, precisam de condução de um líder, que deve ser excelente, e isso é fundamental para que os valores estratégicos da companhia estejam expressos em cada atitude dos funcionários.
Um líder é alguém que consegue influenciar positivamente para que haja mudanças. Um bom líder é aquele que faz com que a equipe acredite nele. Já o excelente líder é aquele que faz a equipe acreditar nela. Sabe-se que, nas organizações, geralmente quando há muito turn over de colaboradores, com baixa retenção de talentos, é consequência direta da atuação da liderança. O colaborador em geral não pede demissão da empresa ou da organização, mas do líder. O líder fica 80% do tempo em campo, escutando e formando os seus colaboradores, e apenas 20% no escritório, longe de seu time resolvendo questões burocráticas.
A liderança excelente tem função de transmitir, com paixão, os valores, a visão e a missão da empresa para os seus colaboradores, garantindo que todos andem na mesma direção rumo aos objetivos estratégicos estabelecidos.
Um líder excelente combina esforços de sua equipe para que todos estejam envolvidos no ciclo da excelência garantindo que ela se perpetue. Os líderes precisam demonstrar as diretrizes centrais e verificar que cada colaborador tenha comportamento condizente com a criação de uma experiência marcante para os clientes, aproveitando todas as oportunidades para isso.
É a partir de histórias, e de exemplos de sucesso que os lideres podem inspirar e mostrar para a sua equipe como promover, na prática, a excelência que trará o diferencial para a marca. Com isso, há um pé no passado, ela perpetua o que há de bom, e um pé no futuro, para a visão da criação de novos capítulos da história.
Mas, há ainda quem não compreenda como funciona esse clico de excelência. Ao invés de motivarem, destroem autoestima e humilham em público, como forma de buscar um resultado imediato, o que é desastroso.
E eu, infelizmente, presencie mais uma vez um caso que denota claramente uma falha da empresa em relação ao preparo de seu líder, resultando em um total desrespeito com o bem mais precioso de uma corporação: seus colaboradores.
Durante o meu almoço em família, em uma tradicional churrascaria paulistana, vi uma cena corporativa digna de reflexão.
Bem atrás de nós, havia uma mesa com cerca de 15 pessoas, todos de uma mesma empresa. Na ponta da mesa estava o chefe. A conta passaria, sem dúvida, dos R$ 2 mil. Pensei comigo: “que chefe bacana.”
Depois que todos terminaram as deliciosas sobremesas, o chefe começou o seu discurso. ” Pessoal…. Atenção! Eu trouxe vocês aqui para um momento de descontração. Mas quero reforçar algumas coisas importantes!”. Nesse momento, meus ouvidos de quem ama essa área de gestão de pessoas ficaram atentos para ouvir o que aquele líder tinha a dizer. E ele continuou.  ” Para muitos, o ano só começa depois da folia. E em um ano difícil como esse, quem continua achando isso, já perdeu muito tempo”. Pensei comigo: ele tem razão!
“Alguns de vocês aqui na mesa já perderam bem mais de 45 dias. Andaram muito devagar. Se vocês quiserem conquistar seus sonhos, terão que trabalhar dobrado, fazer muito mais do que fizeram até aqui! Caso contrário, nada conseguirão!”.
“Não quero saber de desculpas se não conseguirem contato com os clientes nesses próximos dias! Não é possível que todos eles ainda estejam voltando de viagem!”
“Então, depois desse almoço descontraído, chegou a hora de voltar e fazer muito mais do que vocês já fizeram até aqui! Vamos ao trabalho!”
Depois dessa última fala, o líder pagou a salgada conta e todos levantaram da mesa um tanto quanto cabisbaixos, tristes e com olhos cheios de lágrima, ou por constrangimento ou vergonha!
Essa história faz eu ter a certeza que grande parte dos problemas das empresas está no líder!
Alexandre Slivnik fundou o Instituto de Desenvolvimento Profissional, Idepro, e por ele passou a ministrar palestras nas áreas de RH e treinamento e pôde colocar em prática o aperfeiçoamento de sua maior paixão – A Filosofia de Excelência Disney.

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