Autor: Edilson Menezes
As incumbências dos líderes, tão amplamente conhecidas, como ensinar a vender, cumprir metas, objetivos, despertar disciplina e resiliência diante de tantas adversidades, embora sejam admiráveis, tiveram o tempo como testemunha de uma grande realidade: não bastam mais. Os profissionais, muito antes de se candidatarem ao emprego, já sabem que serão cobrados e treinados sobre tais questões. Isso significa que o desafio dos líderes verdadeiramente servidores, comprometidos com a empresa e também com a equipe, aumentou.
Em 2015, viveremos a ressaca da disputa eleitoral, acusações partidárias de todos os lados, reajustes no comércio e na indústria, sangria da carga tributária, episódios de corrupção capazes de fazer a bolsa de valores amedrontar os investidores, mas algo haverá de diferenciar líderes e as respectivas empresas por eles representadas.
Em geral, líderes acessaram mais treinamentos técnicos e emocionais que as suas equipes. Após cada evento, palestra, treinamento ou convenção, o conhecimento é acumulado e a necessidade de construir um riquíssimo network deixa de ser apenas papo de evento. Líderes deixam os salões de treinamento dispostos a expandir cada vez mais suas relações, porque entendem a regra básica e universal de sucesso no mundo dos negócios: sem encontrar novos relacionamentos, nenhum projeto vai adiante.
Conseguir novos clientes é um grande feito, mas já não basta. Vende-se hoje, amanhã uma falha pessoal afasta o novo comprador. É preciso desenvolver novos canais de fornecedores, parceiros e aliados estratégicos. O negócio americano B2B, inspirado na compra sistematizada e com menor necessidade de pessoas vendendo, trouxe para o Brasil o conceito “empowerment”, segundo o qual as pessoas decidem com menor dependência da liderança e reduzido medo de errar.
Caso a sua imaginação assim permita, apenas considere como seria o nosso mercado em 2015 se a liderança treinada exaustivamente para construir sólidos relacionamentos pudesse olhar com servidão para as bases hierárquicas, ensinando-lhes esta arte. Convencer as equipes a vender e render mais tornou-se clichê. Deseja líderes capazes de fazê-lo? Desembolse alguns poucos milhares de reais e você terá. Deseja líderes servidores, capazes de transferir sua habilidade de construir relacionamentos? Pague o justo salário, treine, motive, inspire e instigue.
Desperte na liderança o perfil servidor. Se o fizer, quando chegar um novo visitante em sua empresa, seja cliente, fornecedor, parceiro ou aliado, nunca mais você ouvirá a equipe dizendo: – É visita do Fernando! – É vista da Claudia! Ao contrário, verá e ouvirá todos dizerem: – A nossa visita chegou!
Prepare-se para o verdadeiro network, onde relacionamentos serão construídos não exatamente de forma hierárquica-piramidal, mas de forma humano-organizacional.
A escolha, como sempre, é apenas sua.
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes.