Uma das principais peculiaridades do mercado de contact center é a contratação de um público jovem, na maioria em seu primeiro emprego. Sem exigir experiência, o setor aparece como um grande atrativo para esse público. No entanto, do outro lado também há atrativos. As empresas tem nessa contratação muitas oportunidade de ganho. “Penso que não apenas a sociedade como um todo se beneficia, mas também a própria organização e seus funcionários, uma vez que existe um ganho intangível em promover a primeira experiência profissional a alguém”, pontua Marcelo Vial, responsável pela Soma Jovens, divisão especializada no desenvolvimento de jovens executivos da Fellipelli Consultoria.
Mais pontual, ele destaca como vantagem para as empresa o fato de ser mais fácil fazer com que estes jovens se adaptem à cultura do negócio, pois não há termos de comparação com experiências anteriores. “Além disso, por estarem vivendo a primeira a experiência profissional, os jovens podem trazer possibilidades de inovação não imaginadas – é o olhar do novo pelo novo. Se a organização estiver aberta ao desenvolvimento dos processos, ela pode se beneficiar desse olhar da sua equipe”, acrescenta. Em uma escala maior, o especialista coloca ainda o benefício social de inserir no mercado um grupo de pessoas com regularidade.
Claro que junto com as vantagens há também desafios, como a gestão desse jovem. De acordo com Vial, esse público precisa compreender que as atividades fazem parte de um processo, que existe causa e efeito. “Quando trabalhamos com nossos clientes é sempre gratificante poder exercitar o desenvolvimento do protagonismo e responsabilização dos jovens, por exemplo.” O executivo conta que é nesse momento que se dá o grande salto de desempenho, pois trabalha a aceleração do amadurecimento – autoconhecimento e inteligência emocional, por exemplo. “Quando todos entendem que são responsáveis pelos resultados gerados e conseguem criar um ambiente de comunicação aberto e íntegro, forma-se uma equipe de alto desempenho”, destaca.
Ainda na visão do executivo, os saltos geracionais estão ficando cada vez maiores e mais frequentes, o que produz dificuldades também para que as gerações se entendam e consigam explorar as melhores características. “Em nossos treinamentos, fazemos questão de não trabalhar com rótulos geracionais e alimentar diferenças. Acreditamos em motivações pessoais e no alinhamento dessas com as motivações comuns ao grupo.” Assim, o executivo defende que não importa a idade ou a geração, sempre que alinhado por objetivos comuns, o grupo descobre a maneira de funcionar em alto desempenho e os resultados acontecem naturalmente.