Que tipo de líder você é?

Autora: Vivian Rio Stella
Um dos aspectos que chama a atenção na série Game of Thrones é o protagonismo das mulheres. Diversas personagens ensinam sobre a arte de liderar, em especial quatro delas, cada uma a seu estilo: Cersei Lannister, Daenerys Targaryen, Catelyn Stark e Sansa Stark.
Cersei Lannister é uma típica líder autocrática: ordena e espera obediência de seus subordinados e é temida por eles. Exerce influência pelo poder e pela coação, o que não se sustenta a longo prazo e lhe rende muitos inimigos e traições. Apesar disso, vale exaltar sua força como líder em meio à sua criação machista, assim como sua paciência em muitos momentos da série para chegar ao que pretende (mesmo que algumas ações sejam eticamente questionáveis). Como não amá-la e odiá-la, ao mesmo tempo?
Daenerys Targaryen inspira seus liderados, dá liberdade e permite o desenvolvimento deles, sempre acompanhando de perto os resultados. Quando necessário, imprime sua força através de seus dragões e pela maneira imponente de se apresentar, que reforça suas seguidas conquistas: “Daenerys Targaryen, Filha da Tormenta, a Não Queimada, Mãe de Dragões, Rainha de Mereen, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Quebradora de Correntes, Senhora dos Sete Reinos, Khaleesi dos Dothraki, a Primeira de Seu Nome”. Há nessa personagem um misto de liderança democrática e carismática, por encorajar e interagir com os liderados, mas há uma certa dependência de sua presença para que os resultados sejam obtidos. De todo modo, é um deleite ver a forma como se comunica e negocia para atingir seus objetivos e engajar seus liderados.
Das líderes da família Stark, destacamos Catelyn e Sansa. Catelyn é a líder movida por seus valores, fiel à sua missão de proteger o nome da família. Em diferentes momentos, ela opina sem interferir nas decisões do marido e dos filhos e negocia, de forma determinante, com outros personagens da série. Em Westeros, não há quem não vanglorie seu nome por sua liderança também carismática e democrática – mas com tons mais emotivos do que Daenerys, por exemplo. Já a filha de Cat, Sansa, passa por inúmeras situações adversas e procura se adaptar a elas. Evita o conflito direto e recorre, por vezes, à dissimulação. Mas, ao longo das temporadas, Sansa vai mostrando a que veio na série. Parece que sua liderança é resultado de uma postura pragmática, uma busca por sobrevivência em meio a tantas reviravoltas. E, em momentos cruciais, usa sua rede de apoio e sua visão sobre o outro para conseguir seu objetivo.
Vale dizer que há outras personagens incríveis e líderes, mas escolhemos aquelas que representam os estilos de liderança mais comuns: autocrático, democrático e carismático. O difícil agora será ter que esperar pela nova temporada, só em 2017, para aprender mais sobre o tema, afinal a posição de liderança pode transformar as pessoas ao longo do tempo.
 
Vivian Rio Stella é consultora e diretora da empresa de treinamento executivo VRS Cursos.

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Que tipo de líder você é?

Nas empresas brasileiras falta alinhamento entre os estilos de liderança e a prontidão dos liderados. É o que mostrou uma pesquisa realizada pelo Center for Leadership Studies – CLS, da Califórnia, e apresentada por Paul Hersey, criador do modelo e professor da Ohio State University, e por Ron Campbell, CEO do CLS, durante o seminário “Integração Liderança Situacional”, promovido no dia 5 de maio pela Amcham – Câmara Americana de Comércio e pela Brimberg Associados, em São Paulo.
O estudo revelou que, no Brasil, grande parte dos líderes acredita que precisa utilizar um estilo de liderança com um nível elevado de determinações e orientações, para que seus subordinados realizem com eficácia suas tarefas. Por outro lado, os subordinados se consideram dentro de um nível de prontidão – conceito que reúne capacidade, confiança, disponibilidade, disposição, compromisso e motivação para executar suas tarefas – bem mais elevado do que a avaliação dos seus líderes. Assim, nascem os conflitos e a necessidade de análise do contexto.
“Esse desequilíbrio de comportamentos entre líderes e liderados, constatado no Brasil, não foge muito do padrão mundial”, tranqüiliza Campbell. De acordo com ele, existem várias possibilidades para o que ocorre no país: “Os líderes estão subestimando o nível de prontidão dos subordinados ou estão deixando de intervir para a melhoria de desempenho deles, por receio de afetar sua motivação, o que pode elevar a auto-avaliação dos subordinados”.
“Saber porque isso acontece e desenvolver a capacidade para aplicar estilos adequados às diversas situações é o que se propõe a técnica de Liderança Situacional, que viabiliza a combinação de estilos de liderança aplicados aos níveis de maturidade dos subordinados, mas sempre considerando cada situação, cada tarefa específica”, explica Hersey.

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