Autor: Marcelo Vianna
Na era em que a mobilidade tem se tornado uma extensão do ser humano, e que esquecer o celular em casa está fora de cogitação, pois o acessório já é tão importante quanto a carteira, a videconferência móvel para o recrutamento e seleção surge como uma das principais tendências da área de R&S (Recrutamento e Seleção) em 2015.
O uso da videoconferência nos processos seletivos não é um assunto novo, pois vemos o vídeo, cada vez mais, encurtando distâncias, reduzindo custos e ajudando recrutadores na triagem inicial dos candidatos. Com as possibilidades tecnológicas existentes já é possível a realização de entrevista on the go, permitindo que os candidatos participem de entrevistas de emprego de onde eles estiverem.
O constante problema da mobilidade urbana nas grandes cidades – com o trânsito caótico e as fortes chuvas de verão que, muitas vezes, impedem os candidatos de chegar no horário marcado para as entrevistas, estaria salvo com a tecnologia, pois imprevistos acontecem, todos sabem. E, nesse sentido, a videoconferência móvel facilita o dia a dia dos envolvidos no processo.
A tendência é uma resposta do mercado corporativo à demanda por mobilidade, pois, cada vez mais, os candidatos buscam flexibilidade na hora de se candidatar a vaga e de participar do processo seletivo, e eles também precisam que as empresas os atendam onde eles estão, ou seja, nos smartphones – onde eles passam a maior parte do tempo online. Uma pesquisa recente da Futurestep, uma empresa da Korn Ferry (NYSE:KFY), mostrou que 50% das pessoas que procuram emprego já se candidatam pelo celular. E, embora essa demanda esteja crescendo, muitas organizações ainda não têm um site de carreiras pronto para o mobile, e estão perdendo a oportunidade de recrutar candidatos mais conectados.
Segundo o estudo, colocando a estratégia móvel como prioridade, seja por facilitar a inclusão do currículo, por adotar estratégias de compartilhamento do documento pelas redes sociais ou por incluir a videoconferência móvel como parte do processo de Recrutamento e Seleção, as empresas podem expandir sua rede de talentos e melhorar a reputação, pois a rede será mais ampla e facilitará a inclusão de currículos e a realização de entrevistas, fornecendo uma experiência única aos candidato nessas etapas do processo.
Claro que a tecnologia não elimina de vez as fases de contato pessoal, mas facilita a escolha dos candidatos finalistas. A videoconferência ajuda o profissional de R&S a analisar, por exemplo, o nervosismo, dialética e as habilidades de comunicação, além da adequação do candidato ao perfil da empresa e da vaga. Por isso, a preocupação do candidato com seu marketing pessoal deve ser a mesma que em uma entrevista pessoal.
Mas, é preciso levar em consideração que a videoconferência móvel também tem seus limites, seja pela qualidade do sinal das operadoras ou pelos ruídos do ambiente, por isso, exige flexibilidade do recrutador e bom senso do candidato, que além de fazer a lição de casa, buscando conhecer mais sobre o perfil da empresa, deve escolher um ambiente em que o sinal do celular funcione bem, e que não haja muitos ruídos.
Marcelo Vianna é sócio-diretor da Conquest One.