Regras menos benevolentes

A partir de 1º de março, entra em vigor as novas regras para concessão do seguro-desemprego. Com ela, acesso ao benefício ficará mais difícil. Na primeira solicitação, será preciso ter pelo menos 18 meses no emprego; na segunda, 12 meses e, na terceira, seis meses. No entanto, diferente do que muitos falaram, os direitos dos trabalhadores não foram suprimidos com as mudanças para concessão do seguro-desemprego, segundo Bruno Freire Gallucci, sócio diretor do escritório Guimarães & Gallucci Sociedade de Advogados. “Não houve corte do benefício social, o que aconteceu, foram mudanças de algumas regras, tornando o benefício social menos benevolente.”
Para o advogado, especialista em direito do trabalho e processo do trabalho, aqueles que buscam no seguro desemprego uma renda para substituir o trabalho, preferindo o beneficio ao invés de uma vaga de trabalho, a aplicação da lei traz desvantagens, pois encontrarão maiores obstáculos para receberem o seguro. Já quem tem como prioridade o trabalho e se habilita para o recebimento do seguro desemprego apenas para auferir uma renda emergencial e temporária, a aplicação da nova lei traz vantagens, pois o trabalhador encontrará no governo um aliado para qualificação. Em entrevista exclusiva, Gallucci aponta no que as mudanças trarão de vantagens para funcionários e empresas.
Callcenter.inf.br – Quais são as vantagens das novas regras para os funcionários?
Gallucci: Quem tem como prioridade o trabalho e se habilita para o recebimento do seguro desemprego apenas para auferir uma renda emergencial e temporária, a aplicação da nova lei traz vantagens, pois o trabalhador encontrará no governo um aliado para qualificação por meio dos cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e, por conseguinte, uma nova colocação no mercado de trabalho. Já quem busca no seguro desemprego uma renda para substituir o trabalho, preferindo o beneficio ao invés de uma vaga de trabalho, a aplicação da lei traz desvantagens, pois encontrarão maiores obstáculos para receberem o seguro, tendo em vista a necessidade de realização de cursos de qualificação, o redirecionamento para uma vaga de trabalho compatível ao seu perfil e a cessação do beneficio no caso de três convocações para um novo posto de trabalho e recusada pelo trabalhador.
Essas novas regras irão impactar no setor de call center?
De acordo com o Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,  sete em cada dez trabalhadores com idade até 24 anos saem do emprego antes de completar um ano de prestação de serviços para o mesmo empregador, o que dificulta a especialização e um salário melhor. Diante da necessidade de uma maior permanência do primeiro emprego para cumprir os requisitos para auferir ao beneficio, a tendência é a maior permanência do jovem, no emprego, impactando o setor de call center.
De que forma isso deve beneficiar as empresas?
Um trabalhador que permanece no quadro de funcionários de uma empresa por um período superior a dois anos consegue assimilar a estrutura organizacional do empreendimento, atuando assim em consonância com os procedimentos aprendidos, podendo ainda ser reconhecido como a pessoa capacitada para coordenar determinado departamento, acarretando ganho curricular e, consequentemente, financeiro.

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