Delegados dos 189 países-membros da União Internacional de Telecomunicações (UIT) e dirigentes de órgãos reguladores de diversas nações estão reunidos em Genebra, Suíça, para o III Fórum Político Mundial das Telecomunicações (WTPF 2001), que vai discutir, até sexta-feira, os aspectos tecnológicos, políticos e econômicos da evolução tecnológica da aplicação do Protocolo Internet (ou IP – Internet Protocol) nas telecomunicações.
O fórum foi aberto na manhã de ontem, dia 6, pelo vice-secretário-geral da UIT, o brasileiro Roberto Blois, com sessão informativa e apresentações em quatro plenárias centradas no Protocolo Internet, segmentadas em aspectos técnicos; experiência dos países; assuntos econômicos e dinâmicas de mercado; e aspectos políticos para a telefonia por IP.
Em palestra, o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Renato Guerreiro, ressaltou a importância do encontro para avaliar mais um importante resultado da evolução tecnológica – o Protocolo Internet – e sua utilização nos serviços de telecomunicações para atendimento à necessidade humana de comunicação nas mais diferentes formas (voz, dados, textos e imagens).
Guerreiro elogiou a iniciativa da UIT de buscar padronizar o conhecimento dos vários países sobre como a tecnologia pode ser aplicada, observados os diversos quadros regulatórios existentes no mundo. Considerando os efeitos da convergência tecnológica, disse Guerreiro, a Anatel está progressivamente aprimorando a regulamentação para adequar as tradicionais classificações de serviços de telecomunicações: voz, dados, textos e imagens. “Neste particular, os serviços utilizando Protocolo Internet constituem importante exemplo de convergência.”
Durante a palestra, ele externou as principais preocupações quanto ao Protocolo Internet. Uma delas, se refere à questão do modelo de prestação de serviços de telecomunicações nos diversos mercados, que vão do monopólio até a ampla competição. Alertou ainda que a tecnologia IP não pode ser classificada como um novo tipo de serviço – telefonia IP – que deva merecer uma regulação diferente da telefonia tradicional. Para ele, o interesse público é que deve definir o rumo regulatório em cada país.
As redes de telecomunicações baseadas em roteadores IP apresentarão custos menores que as tradicionais redes com circuitos comutados, no entender do presidente da Anatel, e é “exatamente isso que esperamos da evolução tecnológica”, ressaltou. “Reafirmo que não se deve confundir os serviços Internet, enquanto serviços de informação e, portanto, de valor adicionado, com o serviço multimídia, que é de telecomunicações e que precisa, na medida certa, ter uma regulação formulada pelas administrações dos países”, observou Guerreiro.