Autor: Eduardo Shinyashiki
O cérebro humano tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, que se comunicam entre si igualmente em todos os seres humanos, porém, o modo como eles se organizam nas redes neurais varia de pessoa para pessoa. O que vai definir essa organização será a bagagem, educação e experiência individual de cada ser.
Como um GPS que não é atualizado e se torna obsoleto frente às ruas e estradas, assim acontece com as redes neurais. Com o passar do tempo, se não renovamos as nossas experiências, as redes neurais vão se tornando viciadas, assim como os caminhos que percorremos e as atitudes que temos, pois as mudanças de realidades, cenários e oportunidades são cada vez mais rápidas.
O nosso cérebro é estruturado para reter informações novas, elaborá-las e integrá-las. Quando não aprendemos nada de novo, não mudamos velhos hábitos, não enriquecemos o nosso cérebro com novas experiências e acabamos entrando no famoso “piloto automático”, nível em que nossas conexões neurais se tornam fixas, cheias de programas de comportamentos automáticos que não são mais úteis para o sistema de evolução.
A velocidade de responder às mudanças será o diferencial no sucesso pessoal e profissional do ser humano. Essa agilidade, flexibilidade e adaptação às mudanças e inovações são o que mais nos será pedido no futuro. Porém, ocasionalmente o programa original se torna nossa única opção, pois nos dá a sensação de que é mais fácil repetir o programa ao mudá-lo, e assim se segue sem questionar.
Quantas vezes no trabalho repetimos comportamentos tendo reações inadequadas, sentindo emoções que nos remetem a quando éramos crianças? Quantas vezes o nosso agir automatizado diminuiu a qualidade dos nossos resultados?
Por vezes nos sentimos presos, encarcerados por esses esquemas mentais e de comportamento, desejando sair deles. Outras vezes, nos acomodamos neles, não querendo sair do lugar conhecido e almejando que tudo permaneça como está.
Precisamos interromper estes circuitos neurais utilizados por muito tempo habitual e automaticamente, sair do usual e do repetitivo, pois o nosso cérebro, para permanecer jovem, precisa aprender sempre coisas novas, experimentar novas áreas, habilidades e competências. Além do que nosso cérebro não é estático nem rígido, ele é modificável e constantemente remodelado e reorganizado pelos nossos pensamentos e experiências.
É necessário utilizar nossa vontade consciente e nosso poder de escolha para provocarmos as mudanças. Dessa forma, a nossa mente permite ser aberta para encontrar novos caminhos, novas oportunidades, opções e experiências, e se torna mais livre para criar e conceber infinitas possibilidades e realidades.
Eduardo Shinyashiki é presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes.