Já estamos perto do final do ano. Momento em que muitos aproveitam para fazer um balanço, destacando os pontos positivos e, principalmente, refletindo sobre os desafios que surgiram ao longo do ano. E esses não foram poucos em 2015. Seguindo o cenário que já se desenhava no ano anterior, o mercado viu a economia recuar de forma considerável. Muitas foram as empresas que precisaram traçar novas estratégias, mudar o foco dos investimentos e rever a gestão para se manter forte no mercado. Nessa luta, uma área se mostrou grande aliada. Se nos últimos anos já vinha se revelando mais representativa, esse ano o RH assumiu uma postura muito mais estratégica dentro das empresas. “O RH teve um papel fundamental, atuando com múltiplas responsabilidades, desde os aspectos estratégicos da gestão de pessoas, até no suporte para o funcionamento do todo, estando sempre alinhado às estratégias e objetivos da organização”, conta Marcela Martins Pimenta, gerente de RH da Callink.
Não à toa, ela pontua que, em 2015, o maior desafio da área foi garantir que as ações estejam integradas, em sincronia com os objetivos estratégicos da empresa. O fato do RH atuar dessa forma, coordenando o planejamento estratégico da empresa, segundo Marcela, favorece uma visão mais ampla dos objetivos, permitindo assim, mais sinergia e alinhamento com as lideranças. Para garantir esse alinhamento, ela conta que a Callink tem revisitado com frequência a estratégia para garantir o resultado no presente com o olhar para o futuro. “Outro ponto é a revisão da gestão, considerando dois aspectos: processos e custos, com objetivo de otimização, eficiência e investimento de forma mais assertiva”, acrescenta.
Por conta da crise, o ano exigiu habilidade para otimizar custos, garantir a empregabilidade dos colaboradores e manter a qualidade dos produtos e serviços. Nesse cenário, o gerente de Recursos Humanos da Tel, Rodrigo Neri, destaca que a área de RH se torna parte fundamental no equilíbrio da tríade “custos, empregabilidade e resultados”, pois a assertividade nos processos da área contribui, significativamente, para formação e consolidação de empresas sólidas e competitivas. Dentro do novo cenário econômico, a diretora de RH da Datamétrica, Carolina Bastos, também reforça que é ainda mais essencial que o RH forneça os meios e as ferramentas adequadas para continuar potencializando os resultados do negócio. “Esse tem sido o nosso objetivo principal nos últimos meses”, revela. “Temos conseguido operar com custos competitivos, imprimindo um trabalho de desenvolvimento forte das nossas lideranças, para que a gestão de pessoas e os resultados da companhia não sofram impactos negativos relevantes.”
Ou seja, é imperativa a necessidade do RH olhar além e se adequar às mudanças que vem acontecendo, segundo Kelly Cortes, superintendente nacional de desenvolvimento humano da Call. Com isso, foi possível ver estratégias minunciosamente estudadas a fim de se mapear a melhor forma de captar, reter e obter produtividade do quadro de colaboradores. Ela ressalta ainda a consequente reestruturação da área de pessoas com inovações organizacionais em seu escopo de trabalho frente às demais áreas da empresa.
NOVA MENTALIDADE
Dessa forma, Carolina comenta que o grande desafio para os próximos anos é tornar a visão de gestão de pessoas não algo meramente atrelado ao RH, mas uma atividade fundamental de cada gestor das diversas áreas da companhia. “Uma nova mentalidade surgiu na última década no cenário das organizações, devido a maior complexidade das relações no ambiente de trabalho, ou seja, a de que o líder é o principal responsável pela gestão e desenvolvimento do seu colaborador.” Para ela, isso provoca uma necessidade emergencial de mudanças constantes na forma como o RH atua, para exercer um novo papel e mais estratégico nas organizações.
Tanto que a coach psicóloga organizacional e consultora em gestão de pessoas, Fabiana Sanches, reforça ao dizer que o RH tem a missão de estar sempre se perguntando se está fazendo o melhor, se está conectado à evolução da empresa, se está ligado às necessidades dos colaboradores e da companhia, se está propondo soluções de melhoria para ambas as partes, ou seja, se está pensando “fora da caixa” e fora da zona de conforto, fugindo da acomodação. “O RH tem que enfrentar e buscar soluções viáveis, agradando tanto ao colaborador, quanto ao empregador, como se fosse um departamento neutro e não fizesse parte dos colaboradores”, pontua a especialista, acrescentando que o posicionamento da área tende a melhorar, desde que as pessoas queiram e coloquem suas forças de realização em prática. “Cada um tem que fazer sua parte.”
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