Autora: Eliana Dutra
Em tempos de instabilidade econômica, desemprego e alta rotatividade nas empresas, certamente você já ouviu falar da importância de se manter atraente profissionalmente, alinhando suas habilidades com as exigências do mercado de trabalho. Aquele emprego para toda a vida não existe mais, ou seja, o perfil do mundo corporativo mudou e o desafio, agora, é se tornar sempre “desejável” pelas empresas. E, embora esse seja o real conceito de empregabilidade, é natural que as pessoas acreditem que ela dependa única e exclusivamente de ter em mãos um bom currículo. Ledo engano!
Sem dúvidas um histórico profissional rico e apresentado de forma objetiva e concisa tem o seu valor na busca por uma colocação. Contudo, essa ferramenta não garante a sua manutenção no emprego, ou seja, uma etapa é você, com o seu currículo, conseguir a vaga, depois só isso não o segura no cargo. O que será determinante será o seu desempenho e sua forma de relacionar-se no dia a dia. Para isso, primeiro é preciso entender que empregabilidade é justamente a capacidade de conhecer as exigências da empresa e “comprar” elas como se fossem suas. Parece complicado, mas não é. Afinal, se você começar a praticar com frequência três atitudes básicas no ambiente de trabalho, com certeza sairá na frente dos demais profissionais. São elas: autorresponsabilidade, comprometimento e apreciação.
Autorresponsabilidade, como gostamos de traduzir do inglês accountability, é a capacidade do profissional de se responsabilizar por si próprio, pelo o que acontece ao seu redor e, claro, por todas as suas tarefas. Um exemplo bem simples é aquele relatório que você prometeu ao chefe na segunda-feira e quando chega a data marcada você justifica a não entrega, alegando que houve algum problema no sistema ou que alguém não lhe passou a informação devida. Agindo assim você está “terceirizando” sua responsabilidade para o sistema ou para terceiros, mas quem tem autorresponsabilidade sabe que é ele quem tem que resolver junto ao sistema ou ao colega. Logo, chama para si a responsabilidade e, por exemplo, resolver junto a equipe de TI responsável pelo sistema ou cobrar do colega a informação que necessita. Enfim, ele assume que tem de solucionar a questão da melhor maneira possível e resolve.
A atitude de comprometimento é quando você realmente se importa com o sucesso da organização e demonstra isso. Você não fica alheio a nada que diga respeito a sua organização. Você entrega os seus projetos antes do prazo e com custos mais baixos, acompanha o valor das ações, faz parte de grupos profissionais relativos ao ramo onde trabalha, estuda e, quando pode frequenta webinários, congressos e seminários sobre os assuntos da área da sua empresa. Além disso, constantemente melhora e inova nos trabalhos que faz, procura sempre participar de equipes que propõem aperfeiçoamentos, faz um trabalho preciso, não comete erros e dá sugestões para a criação de novos produtos ou serviços.
Por último, tenha uma atitude de apreciação, busque o que está certo e aponte isso. Isso não é ser bajulador, mas a maioria das pessoas critica e dá feedback corretivo, mas fazer um reconhecimento sincero sobre alguém ou sua realização é muito mais difícil. Adotando esse hábito, sem dúvida você não só será bem visto no ambiente de trabalho, mas também como um profissional que sabe trabalhar em equipe e que é colaborativo.
Resultado do somatório desses três movimentos: uma empregabilidade sólida e duradoura. Agora basta apenas arregaçar as mangas e trabalhar para ser esse talento raro e tão desejado pelas empresas.
Eliana Dutra é CEO da ProFitCoach, Master Coach Certified pela ICF e coordenadora do Grupo Nikaia.