Sem pessimismo

Se em 2014 já se falava em crescimento menor, esse ano as expectativas baixaram ainda mais no setor de call center. É a crise econômica brasileira já afetando os negócios. No entanto, o cenário não é tão alarmante quanto se pode imaginar, segundo Walter Coelho, consultor e proprietário da Contato Efetivo. “Nossos clientes já percebem o impacto nos resultados, mas é bom que se ressalte que há uma onda pessimista que potencializa o impacto. Precisamos ter bom senso para separar o que é realidade do que é exagero”, reflete.
Ainda assim, ele vê um efeito cascata que acaba impactando o setor. O especialista explica que, como o mercado obedece a uma cadeia de produção, as influências seguem uma lógica decrescente. O comércio está parado, este influencia o impacto nas vendas dos fornecedores e fabricantes, que influenciam os produtores de commodities e matéria prima, que por fim enxuga gastos cortando a mão-de-obra, que deixa de comprar, parando o fluxo de comércio.
Como saída, Coelho defende que as empresas devem ser criativas na revisão dos processos e adotarem condutas reais de parceria com os clientes na revisão de contratos e forma de atuação. Além disso, ele vê alguns segmentos com oportunidade de serem explorados nessa atual fase. “Explorar os segmentos de médias e pequenas empresas de setores em crescimento ou com menores impactos percebidos pode ser um caminho. Food service, por exemplo. Beleza e saúde também são nichos interessantes”, completa.
Em relação ao pensamento natural nesse momento de reduzir custo, o consultor faz um alerta: “reduzir os custos pode ser um tipo de decisão tomada de improviso”. Ele vê mais como uma oportunidade forçada de rever desperdícios. “Por exemplo, há uma lenda no segmento de que, em operações de vendas por telefone, é de praxe obter-se 80% do resultado por meio do esforço de 20% da mão-de-obra envolvida. Ora, por que então se carrega um contingente de 80 % de mão de obra improdutiva? Eu sei por que e muitos profissionais da área também. Não é um bom momento para se discutir este conceito?”, questiona.

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Sem pessimismo!

A crise chegou… E com ela vem todo aquele clima negativo nas empresas. A insegurança toma conta dos funcionários. O medo dos cortes. A dúvida sobre o que vai acontecer, com o emprego em jogo. O resultado? Risco de cair o rendimento individual, o que acabará se refletindo na produtividade da empresa como um todo. “O maior impacto desse cenário é a generalização ou, ainda melhor expressando, a contaminação. Quando focamos nossa atenção em algum assunto ou tema, a tendência do mesmo é crescer. Um ambiente pessimista faz com que os problemas e as preocupações aumentem”, explica Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento e inteligência comportamental.
Nesse sentido, ela coloca como fundamental mostrar que é preciso que todos deem o máximo, o melhor, garantindo bons resultados. “A crise vai passar; ´como´ ela vai nos afetar, só dependerá de nós. Manter a positividade neste momento é imprescindível.” Assim, é preciso estar de olho no clima entre os funcionários e manter a motivação e a união da equipe. Junto a isso, Heloísa coloca como importante ser transparente sobre decisões relacionadas a cortes, por exemplo, com dados e números que justifiquem a decisão. A partir disso, será mais fácil garantir a motivação e engajamento, “afinal, ao tomar conhecimento sobre o que realmente acontece na empresa, o colaborador tem conscientemente informações sobre o que pode ou não vir pela frente – e compreende que também é papel dele fazer o seu melhor para reverter aquela situação”.
A liderança também tem papel fundamental. Segundo a especialista, cabe a esses profissionais reforçarem, entre seus liderados, a importância do papel desempenhado por cada um para que os resultados sejam obtidos. Essa compreensão e reconhecimento estimula as equipes a se manterem motivadas e comprometidas. “Agora é a hora em que o autoconhecimento, a positividade e a segurança do líder farão com que a equipe se aguente e aproveite o momento para experimentar e crescer.” Dentro disso, é essencial, ainda, que os gestores de RH multipliquem, entre as lideranças, a ideia de que o trabalho em equipe é e continuará sendo imprescindível para superar crises.
Por fim, Heloísa alerta que é importante que o RH olhe também para si mesmo. De acordo com ela, muitas  vezes o olhar está tão focado em auxiliar às demandas externas e encontrar caminhos que ajudem a sustentar o clima organizacional que o próprio RH não consegue identificar os pontos que ele mesmo necessita trabalhar. “É como saber de um conhecimento e, muitas vezes, não usá-lo para si mesmo; manter-se alinhado e motivador de uma estrutura e equipe também necessita de estímulos para dar o seu melhor”, finaliza.

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