A maioria dos profissionais que atua nos call centers é jovem. O setor continua sendo a porta de entrada de muitos para o mercado de trabalho. E se por um lado, esse público tem um perfil ideal para o cargo, por outro possuem ainda um sentimento de inquietação. Muitas vezes, são profissionais que estão na idade da experimentação e “pulam” de emprego em emprego para ganhar experiências, segundo Stan Braz, diretor executivo do Sintelmark, Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos. Tanto que pesquisa englobando todos os setores de atividade, inclusive call center, sobre rotatividade de mão de obra do Ministério do Trabalho mostra que, a cada 10 jovens, sete se desligam por conta própria. Porém, isso deve mudar com as novas regras do seguro-desemprego.
Na visão do diretor executivo do Sintelmark, a tendência é que haja uma queda na rotatividade dos jovens que atuam no setor. Apesar de não ser todos, ele explica que alguns jovens se aproveitam para se beneficiarem do seguro-desemprego. “Ou seja, ficam o tempo necessário na empresa que lhes garanta o seguro-desemprego. Possivelmente, agora, a rotatividade vai diminuir, o que será positivo para o setor e para os próprios colaboradores, uma vez que irá permitir que eles conheçam mais a empresa em que estão antes de tomar a decisão do desligamento”, afirma.
Assim, a expectativa do setor é que o jovem se mantenha por mais tempo na empresa, já que terão que pensar mais antes de sair da empresa. Braz acrescenta ainda que isso poderá resultar para as empresas em redução de custos com rescisões de contrato, recrutamento, seleção de pessoal e treinamento. “Além disso, a redução da entrada e saída de atendentes também melhora o atendimento aos clientes. Com mais tempo de trabalho, o colaborador entende melhor a empresa em que atua e possivelmente poderá atender com mais segurança seu cliente”, completa.