A transmissão de voz e dados sobre o Protocolo IP (VoIP) é uma das tecnologias que mais cresce no mundo. De acordo com o IDC (Instituto de Defesa ao Consumidor), o tráfego da tecnologia no Brasil deve alcançar 14,3 milhões de minutos ao final deste ano, o que representa um crescimento na casa dos 88% em relação ao ano passado (7,6 bilhões de minutos). Só nos Estados Unidos já são mais de 2,5 milhões de usuários e este índice cresce cerca de 200 mil ao mês.
Estes números expressivos apontam para uma nova terra a ser descoberta, um setor em franca expansão. Mas, como o nicho vem se ajustando para atender a crescente demanda? As operadoras denominadas como “espelho” (nome dado às empresas de menor porte que oferecem os mesmos serviços que as grandes) que oferecem banda larga contam hoje com a oportunidade de abocanhar uma grande fatia do mercado com o mote na redução dos custos de telefonia DDD e DDI, seguidos de ofertas de mobilidade e flexibilidade.
E as incumbentes (operadoras de grande porte que oferecem banda larga como, por exemplo, a Telefônica, Embratel, BrTelecom, etc) passam por um momento decisivo provocado pela nova configuração de mercado. Segundo Márcia Machado, consultora de negócios em VoIP e organizadora do I Fórum de VoIP, que será realizado no dia 28 de junho, em São Paulo, “as grandes empresas devem repensar seus modelos e reajustar seus percentuais de lucratividade. Se mantiverem as ofertas atuais de serviços e voz correm o risco de perder seus clientes para os menores”.
É o VoIP-IP criando um novo desenho e panorama setorial na abertura de um campo a ser explorado e um leque de oportunidades para um setor até então dominado pelas grandes operadoras. De acordo com Márcia Machado, a tecnologia IP é a tendência do futuro, inclusive em comunicação IP via celular. “As grandes operadoras deverão entrar mais cedo ou mais tarde no mercado, mas até lá perderão boas oportunidades de negócios”, avalia Márcia.