Autor: Mark Dixon
A expressão “obsessão pelo controle” (“control freak”) é um termo banalizado nos escritórios. Mas continua a ser o termo adequado para descrever os profissionais tradicionais que não compreendem como deve ser a gestão em um ambiente de trabalho moderno. Então, o que se pede aos gestores de hoje?
Em muitas instituições hierárquicas, considera-se que o melhor caminho para avançar na carreira é ser o primeiro a chegar e o último a sair do escritório. Como se a simples presença fosse alguma garantia de trabalho produtivo! O que faz é diluir a reserva de talentos através da exclusão real de um número elevado de mulheres, pais de crianças pequenas ou, na verdade, de qualquer pessoa com uma noção razoável das prioridades.
A chave da gestão do local de trabalho moderno é esquecer o controle. Deve antes se concentrar na motivação, no trabalho em equipe, na criatividade e na capacidade de gerar resultados. Também é necessária a adoção de novas tecnologias.
As novas tecnologias mudaram muitos aspetos da gestão diária. Vamos dar apenas um exemplo: reuniões. Ao longo do século 20, sempre que era necessário juntar dirigentes de uma empresa para decidir sobre determinado tema, todos seriam convocados para uma reunião num determinado local, e teriam de fazer viagens curtas ou longas de carro ou avião.
É só quando ocorrem desastres ou fenômenos naturais numa determinada região é que a prática da videoconferência fica evidente como uma solução de menor custo. Nesses momentos os executivos descobrem que a videoconferência é tão eficaz, como estarem presentes fisicamente no local. Com a diferença que poupa tempo, problemas e dinheiro.
A tecnologia é vital porque muda o modo de se fazer as coisas e as ferramentas utilizadas no dia a dia. Tradicionalmente, as pessoas eram contratadas para realizar determinadas tarefas. Hoje, identificamos o trabalho que é necessário ser realizado, e se for o caso, podemos distribuí-lo entre profissionais em diferentes regiões.
O que permaneceu igual foi o fato de que, enquanto profissional, a sua vida continua a ser gerida pelas pessoas a quem se reporta. E se for um chefe controlador, é só uma questão de tempo até que esse profissional comece a procurar trabalho em outro lugar. Mas quando os líderes tratam os membros de sua equipe com consideração, reconhecimento e recompensam pelos seus êxitos, esses profissionais serão encorajados a ficarem e terem um desempenho ainda melhor.
Muitas vezes, no passado, as pessoas eram promovidas a posições de gestão em virtude da senioridade ou, simplesmente, porque eram bajuladores mais hábeis. Esse caminho é mais propenso a gerar líderes intimidadores e não bons chefes.
Por outro lado, a qualidade mais necessária para um gestor moderno é a empatia. Graças a técnicas de avaliação de testes psicométricos, este traço não é difícil de identificar.
Uma vez identificados, os gestores adequados devem receber apoio e treinamento (inclusive em tecnologia) para conseguirem o melhor resultado de sua equipe. Finalmente, eles devem ser recompensados de acordo com os resultados que seu time alcançar.
As empresas contemporâneas dependem das pessoas. Para obter o melhor de cada um, precisamos dos melhores gestores disponíveis no mercado, o que significa absolutamente nenhum controlador!
Mark Dixon é CEO do Grupo Regus.