O cenário econômico brasileiro, nesse ano, fez boa parte do mercado se movimentar. Diante da atual conjuntura, que causa receio em vários setores da economia, diversas empresas procuraram rever os investimentos e repensar o planejamento de crescimento empresarial. E nesse ponto, segundo Kelly Cortes, superintendente nacional de desenvolvimento humano da Call Contactcenter, foi essencial a ação de um RH estratégico. Para ela, foi imperativa a necessidade do RH olhar além e se adequar às mudanças que vem acontecendo no cenário mundial, visto que estas impactaram diretamente nas corporações. “Estratégias minunciosamente estudadas a fim de se mapear a melhor forma de captar, reter e obter produtividade do quadro de colaboradores, a cada dia menos especializado e sem interesse em traçar carreira corporativa”, pondera.
A executiva ressalta ainda a consequente reestruturação da área de pessoas com inovações organizacionais em seu escopo de trabalho frente as demais áreas da empresa. “O que se transforma é a hierarquia de responsabilidades em que agora o gestor de cada área é co-responsável, junto ao setor de desenvolvimento humano para aprimoramento do time.” Assim, o RH deve fornecer ao líder ferramentas que meçam e otimizem a performance de sua equipe, bem como estratégias para que este identifique talentos e possa desenvolvê-lo para que atinjam o alto desempenho.
Dessa forma, o maior desafio em 2015 foi lidar com as lideranças que estão cada vez mais despreparadas para a gestão, de acordo com Kelly. Logo, há um considerável esforço para formá-los, o que prejudica o tempo de produtividade em que poderiam estar executando as atividades a frente do grupo. “Um líder inapto pode causar um dano considerável junto à equipe.” Ela cita que estudos recentes apontam que 80% das demissões motivadas pelo colaborador se devem a problemas comportamentais com seu supervisor, ou seja, eles estão pedindo demissão não do emprego ou da empresa, mas do líder imediato.
Outro ponto a se considerar neste momento de reengenharia trabalhista, na visão da superintendente, é preservar os talentos humanos. “Reconhecer e reter pessoas diferenciadas é cabal para manter-se com competitividade empresarial.” Se, por um lado, o mercado de trabalho está menos aquecido, dado o elevado número de empresas que não resistiram à crise econômica, sob outra perspectiva, perder talentos é crítico, uma vez as modificações nas relações trabalhistas encaminham a quadros diminutos, composto por profissionais de alta performance.
No caso da Call, Kelly conta que a empresa tem realizado investimentos pesado em ações de educação continuada e reuniões semanais com todos as gerências e coordenações de operações, discutindo pontos como resultado operacional, indicadores, ações motivacionais, ferramentas para aperfeiçoar a atividade e fazer o acompanhamento de performance. “Estes encontros acontecem com a presença do RH e da superintendência da empresa.” Além disso, há o subsídio da área de desenvolvimento humano no coaching das lideranças, para que essas repliquem em suas equipes. O efeito dessas medidas, segundo a executiva, tem sido positivos. “Temos melhorados nossos indicadores a cada mês e não atribuo a uma atividade isolada. Acredito que não exista um fato único ou mesmo fórmula mágica, o segredo é a soma de várias ações que após um período geram resultados positivos. O grande desafio é manter este grupo alinhado, renovando as motivações e empenho a cada dia para que não caiam no desinteresse ou esquecimento”, finaliza.