Uma demanda por profissionais multisentidos



As empresas estão cada vez mais buscando o profissional multisentidos. O termo usado pela Deep, Desenvolvimento e Envolvimento Estratégico de Pessoas, define o profissional disposto a aproveitar as oportunidades de negócios e carreira que surgem. “É aquele que tem visão a longo prazo, identifica oportunidades de relacionamento e é leal. Possui audição com atenção para construir contextos e criar conexões, tato para lidar com o outro, seja cliente, parceiro, fornecedor ou colega, olfato para sentir novas oportunidades ou identificar riscos e paladar para aproveitar as chances que aparecem no dia a dia. Sabe transformar o que muitas vezes é deixado de lado em joias de gestão”, explica Juliana Almeida Dutra, diretora executiva da Deep.

 

A falta de qualificação profissional e o despreparo podem atrofiar os processos da estrutura funcional e sobrecarregar funcionários mais experientes, gerando um quadro de estresse para trabalhadores e empregadores, na avaliação de Juliana. “As empresas estão sentindo falta daquilo que chamamos de funcionário multisentidos. Não aquele que faz tudo, mas o que consegue desempenhar o seu papel cobrindo competências técnicas e comportamentais sem deixar espaços sem preencher fazendo com que seu colega mais disposto, dedicado e/ou experiente precise cobrir espaços necessários para garantir o crescimento sustentado da empresa.”

 

O que se vê no mercado de trabalho, de acordo com a diretora, são muitos casos de acomodação, consequência da grande oferta de vagas no Brasil, o que faz com que funcionários mudem de um emprego para outro ao menor sinal de obstáculo no serviço atual. “Parece uma constatação corriqueira, mas é um fenômeno que vem se arrastando e que, em breve, apresentará impacto desastroso no mercado de trabalho.” Ela explica que as pessoas esperam começar no topo e, ao se deparar com a realidade, se frustram , partindo para busca de novas vagas.

 

Para conciliar as diversas situações e buscar soluções adequadas, é necessário realizar uma mudança e um alinhamento cultural, de expectativas e sonhos de futuro, de desenvolvimento de sentidos e harmonia de comunicação interna, de acordo com a diretora. “As empresas e profissionais estão precisando de alinhamento em relação às suas expectativas e trabalhar em programas fortes de comunicação e envolvimento.”

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