Autor: Alexandre Constantine
Assim que 2015 começou, já tínhamos o prenúncio de que seria um ano bem difícil em relação à economia e ao desenvolvimento do país e mercado, com baixas perspectivas de melhora e retomada. Com o passar dos meses, e com a piora do cenário político e econômico, esta previsão se concretizou.
Infelizmente, tivemos o pior PIB desde 1990 – e olha que em 1991 já houve crescimento, mas isso está bem longe de acontecer este ano. Foi surpreendente ser acordado por notícias inimagináveis da Lava Jato, e mais surpreendente ainda ver quem foi acordado pela própria investigação. Foi o ano que apresentou o maior déficit da nossa história, mas também o ano em que vimos, surpresos, penas de 10, 15 e 20 anos para, até então, pessoas intocáveis. Começamos a punir e renovamos a esperança de acabar definitivamente com o “rouba, mas faz”, seja quem for que roube e independentemente de qual seja o feito. Com toda a dificuldade financeira do país, começamos a exigir mais ética, e isso foi ótimo. Se estivéssemos na bonança, os desalinhos teriam passados despercebidos ou acobertados.
Cansamos de tanta notícia e dados ruins (ou péssimos).
Porém, apesar dos cenários desanimadores, das adversidades e dificuldades, nós não podemos simplesmente ignorar o fato de que precisamos prosseguir. Se a retomada do crescimento do país, depois de toda esta lambança político-econômica, só virá na melhor das hipóteses em meados de 2018, temos que enfrentar o desânimo que essa perspectiva embute e não podemos esperar até lá: precisamos produzir e gerar inovação e empregos.
A vida continua, quer a guerra de Cunha e Dilma acabe ou não, que os ajustes anteriormente planejados por Levy sejam feitos ou ainda que o Barbosa decida ressuscitar a matriz econômica. Precisamos enxergar as oportunidades em tempos de crise, olhar o copo meio cheio. Não é muito batido o “enquanto alguns choram, outros vendem lenços”? Então…
Não podemos esquecer que as soluções mais criativas e inovadoras vêm nos momentos mais difíceis e isso que freneticamente teremos que buscar esse ano. Em tempos de crise, algumas atitudes são essenciais para manter a empresa crescendo e competitiva.
Em minha opinião, os fornecedores de soluções para o relacionamento com clientes precisam entender e se ajustar a esse novo cenário, já que todas as verticais do mercado foram impactadas, e trabalhar o conceito de redução de custos aliado à tecnologia, ajudando os clientes com os cálculos de ROI (retorno sobre o investimento) e a fazer mais com menos. Desta forma, é possível manter a viabilidade de projetos adequados às necessidades dos clientes, levando ao aumento de receita e/ou redução de custos às empresas.
Uma ação que aplicamos, para que possamos colher o fruto agora em 2016 foi a reorganização dos departamentos, buscando a especialização de equipes por características de projetos. Isto ajuda a focar no atendimento, desenvolvimento, integrações e customizações para cada perfil de projeto e indústria, para cada diferente tipo de operação de relacionamento.
Apesar do ano turbulento, as melhorias em produtos também não poderão ser deixadas de lado e as soluções têm que evoluir: novas funcionalidades, dashboards, relatórios, layouts, analytics e novas tecnologias têm que ser disponibilizadas para as empresas melhorarem os relacionamentos com seus clientes.
Para 2016, poderemos presenciar um verdadeiro salto tecnológico nas relações das empresas com seus clientes: utilização de ferramentas de BI para análise de resultados e operações, WebRTC para permitir o relacionamento (voz, dados e imagem) utilizando apenas o browser, o uso de um novo canal de relacionamento por meio de app, assim como a complementação das plataformas de comunicação com soluções estratégicas nas áreas de WFM, Analytics, Controle de Qualidade, CRM e Cobrança.
O que quero dizer com tudo isso? Apesar de toda influência externa (política, econômica e social), deveremos fazer a nossa parte e continuar nessa caminhada, driblando as adversidades e ajudando as empresas brasileiras a se relacionarem com seus clientes de maneira mais eficiente e eficaz. O consumidor agradece.
Vamos a 2016!
Alexandre Constantine é diretor executivo da VoxAge.