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A chave para um RH estratégico

Eduardo Basile Quadrado
Hoje definitivamente o ritmo de trabalho dentro de qualquer empresa não é o mesmo de dez anos atrás. As corporações estão mais competitivas, agressivas, com equipes cada vez mais enxutas e lutando por atingir metas e resultados palpáveis. Com isso, houve toda uma revolução do mercado de trabalho, onde o tempo de cada profissional passou a ser precioso – e mais do que nunca, o ditado “tempo é dinheiro” se mostra verdadeiro.
Com os profissionais de Recursos Humanos, a competitividade não foi menos cruel. Sobrecarregados com atividades meramente técnicas da profissão, como o processamento de folha de pagamentos, em muitos casos o gestor de RH se vê encurralado pela necessidade de desenvolver tais atividades, e não encontra tempo para dar foco a ações estratégicas, que envolvam a inteligência e a qualificação do profissional. É baseado nessa problemática, que o outsourcing de processos de recursos humanos vem crescendo em todo o mundo.
Nesse tipo de serviço, a corporação contrata uma prestadora de serviço, que pode se responsabilizar pela realização dos processos que não agregam valor algum ao departamento e à empresa, como processamento de folha de pagamentos, que envolve processos legais de admissões, recisões, homologações e cálculos de férias e 13o salário, por exemplo, até a gestão de ativos fixos e de ponto-eletrônico.
As principais modalidades de serviço encontradas no mercado são o BPO (Business Process Outsourcing), no qual a prestadora coloca funcionários para fazer o serviço dentro do cliente, BSP (Business Service Provider), na qual o cliente faz o imput dos dados em um sistema e a prestadora realiza todo o processamento, e ASP (Aplication Service Provider), no qual o cliente utiliza o sistema e a estrutura de banco de dados de um fornecedor, mas ele tem autonomia para realizar todo o processo.
Mais do que um simples crescimento, a implementação do outsourcing de processos de RH é uma tendência, que ainda está em sua fase de descobrimento. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos, os pioneiros nesse tipo de terceirização, cerca de 35 a 40% das empresas já implantaram a terceirização, enquanto no Brasil, ainda estamos começando a caminhar nesse sentido: apenas 15% dos gestores de RH já descobriram nesse tipo de serviço uma boa idéia.
Uma das atividades mais complicadas e trabalhosas de uma equipe de RH de uma empresa é o processamento da folha de pagamentos. Convivemos com uma legislação trabalhista retrógrada, e repleta de detalhes que dificultam a contabilidade dos salários, benefícios e impostos relacionados a cada funcionário. Com o auxílio da tecnologia, o outsourcing assume a atividade e proporciona economias bruscas no tempo de processamento. As conciliações contábeis são também atividades complexas, que são assumidas com maior precisão e rapidez pelas empresas que terceirizam o serviço.
Para as grandes corporações, que possuem capital em bolsa, as regulamentações proporcionadas pela legislação Sarbanes-Oxley, que entra em vigor (pelo menos oficialmente), ao final de 2004 no Brasil, podem ser uma preocupação a mais para os gestores de Recuros Humanos. A empresa tem de ter seus processos regulamentados e reportados de acordo com uma metodologia, e isso envolve a elaboração da folha de pagamentos. Terceirizar os processos pode ser o fim da “dor de cabeça”, mas é necessário que se busque um fornecedor que conheça a legislação e os procedimentos profundamente, e nesse sentido o mercado ainda está evoluindo.
Quem ganha com esse tipo de serviço dentro de uma empresa? A resposta é todos, a começar obviamente pelo gestor de Recursos Humanos, que consegue explorar seu tempo com ações mais estratégicas, passando pelo setor administrativo, que percebe a economia final proporcionada pelo projeto e terminando em cada um dos funcionários, que passa a poder contar com um RH mais ativo e disponível, com tempo para elaborar novas idéias.
Eduardo Basile Quadrado é administrador de empresas e diretor da Holomática.

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