Essa geração está adotando cada vez mais medidas de proteção on-line, como anonimizar a sua presença através de informações falsas ou simplesmente eliminar parte ou a totalidade da sua presença nas redes sociais
Autor: Álvaro Higes
A Geração Z, conhecida pela sua profunda ligação com a tecnologia, navega na Internet de formas que diferem significativamente das gerações anteriores. Este grupo que tem familiaridade com o digital traz uma nova perspectiva ao debate em questão sobre privacidade no mundo digital. À medida que a inteligência artificial (IA) continua revolucionando nossa sociedade, a proteção dos dados pessoais tornou-se cada vez mais crucial. Neste artigo, exploraremos como a relação da Geração Z com a tecnologia influencia as suas preocupações com a privacidade, as medidas que adotam para proteger os seus dados e os desafios que enfrentam para equilibrar conveniência e segurança.
É notório que a Inteligência Artificial está revolucionando a sociedade e, com a evolução da transmissão de informação ao longo das últimas décadas, surgiu a necessidade de proteger cada vez mais os nossos dados enviados. O avanço digital dos meios de comunicação nos tornou numa sociedade progressivamente conectada e o cruzamento de dados que disponibilizamos voluntariamente nestes meios é capaz de definir os nossos gostos, histórico de consumo, preferências e até a nossa localização em tempo real.
Os jovens da geração Z estão familiarizados com conceitos como publicidade direcionada, mineração de dados, roubo de identidade e outras práticas neste ecossistema. Como resultado, estão adotando cada vez mais medidas de proteção online, como anonimizar a sua presença online através de informações falsas ou simplesmente eliminar parte ou a totalidade da sua presença nas redes sociais. A preocupação com o controle de seus dados é crescente entre os mais jovens, e isso foi indicado em uma pesquisa inédita realizada por Luzia, assistente de IA.
De acordo com a pesquisa, que conta com mais de mil usuários da Geração Z na América Latina, 72% dos entrevistados expressaram preocupações significativas sobre como as principais empresas de tecnologia usam suas informações sem consentimento, especialmente para treinamento em IA. Ainda segundo a pesquisa, 81% dos usuários brasileiros da Geração Z pararam de usar aplicativos por questões de privacidade.
Apesar da legislação brasileira marcante com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que garante a segurança dos dados dos consumidores brasileiros, esses jovens também estão mais propensos a correr riscos online. Mais de 40% dos membros da Geração Z disseram que já permitiram o acesso a informações pessoais em troca de benefícios como cupons de desconto ou uso gratuito de um serviço. Também é comum a utilização de funções como “salvar senha” ou “permanecer logado”, indicando maior tendência de armazenamento online de informações sensíveis. É o que diz uma pesquisa recente da McKinsey.
Mas, porquê esta contradição?
A Geração Z cresceu cercada de tecnologia e está constantemente conectada, o que faz com que esses jovens utilizem a Inteligência Artificial como aliada em diversas áreas, inclusive na educação, por exemplo, tornando o tempo de estudo mais ágil e estimulante. Diante desse cenário, é importante que as empresas ofereçam transparência nas práticas de uso de dados e proporcionem um ambiente onde os usuários se sintam seguros e confortáveisà medida que se desenvolvem e crescem.
Temos o desafio de encontrar o equilíbrio entre o progresso tecnológico e uma abordagem centrada no ser humano, para que todas as gerações se sintam capacitadas para crescer e desenvolver-se com segurança, para que todas as gerações se sintam valorizadas e, sobretudo, seguras. Continuamos comprometidos com uma IA segura e socialmente responsável.
Álvaro Higes é CEO e cofundador da Luzia.