Executivo da Cicloway expõe a transformação de veículos elétricos em soluções de transportes, delivery e segurança
Muitas são as áreas e oportunidades em que se sobressai o sábio conselho de que menos é mais. É justamente dentro dessa máxima que surgiu e cresce o segmento de mobilidade urbana por meio de pequenos veículos movidos a eletricidade. No caso da Cicloway, fabricante manauara especializada nesses meios de transporte leves que vão dos segways, patinetes e bicicletas elétricos aos tuk-tuks capazes de carregar bem mais que seu próprio peso, esses equipamentos encontram sua maior expressão na solução de problemas que abrangem economia de custos e benefícios em prol da sustentabilidade. Descrevendo de que forma foram sendo superadas as dificuldades de consolidar um negócio totalmente centrado em algo novo, incluindo o conceito e MaaS – mobilidade como serviço -, João Hannud, diretor executivo da Cicloway, foi o convidado de hoje (07), da 598ª live da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Abrindo com detalhes da história de desbravamento, João lembrou do quanto foi necessário, nos 17 anos de existência da empresa, lutar pela consolidação do novíssimo mercado de mobilidade elétrica como solução, diante da carência de informações a respeito. Ou seja, tendo sempre de fugir dos parâmetros de comparação com o mercado tradicional. Hoje, a organização fabrica, aluga e vende de patinetes elétricos a pequenas caminhonetes eletrificadas, o chamado tuk-tuk, com capacidade para 500 quilos de carga, com atuação em três vertentes, que englobam a distribuição por meio de grandes varejistas até o cliente final e, no B2B, caracterizado pelo modelo de locação em delivery e em serviços de segurança.
Paradoxalmente, contrariando o mais elementar dos manuais de startups e novos empreendedores, destacou ele, as inovações da empresa foram apresentadas como solução para um problema que, aparentemente, não existia. “Meu pai, que conta com uma história cinquentenária de empreendedorismo no Brasil, criador da moto Amazonas, estava comigo em numa viagem à Disney, em 2005, onde, eu que já era fascinado pelo tema da mobilidade desde pequeno, me encantei imediatamente pela visão de um segway – o diciclo elétrico conduzido pelo usuário de pé – e busquei saber das possibilidades de representação do fabricante no Brasil.” De presente de aniversário, então, eles decidiram juntos fabricar e vender esse equipamento. E foi exatamente diante da dificuldade de escalar com essa novidade, por impossibilidade inicial de comprovar a relação custo-benefício, que se deu a guinada para uma visão mais ampla, a de vender mobilidade como solução.
Na sequência, o aspecto que se impôs foi o do imperativo da robustez e da disponibilidade dessas soluções para o mercado, ou seja, algo com que o cliente poderá sempre contar em seus serviços. E, a partir daí, então, começou a surgir a resolução de dores que antes não se sabia existirem. Por exemplo, com os segways nos serviços dos seguranças, havia a possibilidade de aumentar a eficácia com menos gente, diminuindo também os custos trabalhistas das empresas, com um único vigia realizando o serviço de cinco pela maior agilidade de deslocamentos. “A partir daí, fomos tendo a mesma humildade de, em relação aos outros meios elétricos de mobilidade que citei, sentar com os clientes e verificar de que forma teriam mais utilidade, dentro das particularidades brasileiras, seja em legislação ou condições viárias, para ir encontrando as melhores soluções.” Um dos exemplos é a fabricação de tuk-tuks com isolamento térmico para transporte de ovos, algo jamais pensado antes.
Entre as dificuldades encontradas para os avanços do mercado de veículos elétricos em geral, João detalhou várias, com relevo para o tímido progresso da regulamentação do setor. O que serve para um veículo de duas toneladas e que anda em uma velocidade maior é diferente tanto para a bicicleta elétrica quanto à minúscula caminhonete que pesa 350 quilos. Outro exemplo: enquanto em outros países basta a carteira de motorista para dirigir um triciclo elétrico, como o tuk-tuk, no Brasil ainda se exige a de motociclista. Em resumo, disse ele, todos os players do segmento estão envolvidos nessa busca por homologações que façam sentido e beneficiem fabricantes e clientes. E deu detalhes de aspectos por meio dos quais os progressos nesse sentido contaram com grande influência do que a Cicloway vem realizando nos últimos cinco anos em favor da oferta de mobilidade como solução para empresas e pessoas.
Com uma jornada de venda que ainda leva de quatro a seis meses para se concluir, o diretor explica que isso se deve à busca efetiva de solução para a necessidade de cada cliente em específico, tornando-se crucial para o sucesso nesse tipo de negócio, uma primeira experiência de forte impacto positivo, exatamente por ser algo ainda muito novo. Citando o mote muito ouvido de que “menos é mais”, ele assegurou que isso representa muito do que ocorre no setor. “Por exemplo, há casos em que a bicicleta elétrica vai resolver com muito mais eficácia e inteligência que um veículo de três ou quatro rodas.” Pôde ainda, ao longo do bate-papo, descrever as características do que combina entre distância, velocidade, etc., reforçando com uma fase do filme “Mogli, o menino lobo”: “o necessário pode ser muito melhor que o extraordinário”. Ele explicitou também as preocupações com a rede de suporte técnico abrangente pelo país, o posicionamento do conceito de MaaS, ou mobilidade como serviço – que hoje representa 85% dos negócios da Cicloway, na locação dos equipamentos -, perfis de clientes, características de uso e muitos outros temas inerentes ao setor de atuação.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 597 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (08), com a presença de Bruno Gama, CEO da Credihome by Loft, que falará do tema “Credihome: A aposta da Loft no crédito imobiliário”; na quarta, iniciando os encontros comemorativos das 600 lives da série analisará o tema do desafio da CX no mundo figital, com a presença de Érica Saião Caputo, gerente de atendimento externo da Vibra e Lilian Rodrigues Gil, diretora de negócios da Atento Brasil, Rodrigo Tavares, SVP de customer journey e sales da RecargaPay e Gustavo Henrique Castro, gerente de relacionamento do Grupo Oncoclínicas; e, na quinta, Tomás Duarte, cofundador e CEO da Track.co, abordará o tema “Cultura cliente: A voz do cliente no empoderamento da CX”: e, encerrando a semana especial, no Sextou haverá o debate com foco em “Cultura cliente: Quais são os próximos caminhos de evolução?”, trazendo como convidados Maria Carolina Santos, gerente de experiência do cliente da GOL Linhas Aéreas, Marcos David Santos, diretor de operações da Positivo, Rafael Bonjorno, head de atendimento ao cliente e serviços da Electrolux para Latam e Renato Camargo, vice-presidente de customer experience da Pague Menos.