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Pedro Paro, pesquisador de doutorado da USP e CEO e fundador da Humanizadas

Brasil avança nos níveis de maturidade em ESG

Pesquisador da USP aponta Arezzo, Mercur, Banco BV, Special Dog, Dengo entre as companhias que melhor desempenham papel social, ambiental e de governança no País

As empresas que atuam no País se encontram bem posicionadas entre os três primeiros dos cinco níveis de maturidade existentes para mensurar o grau de aplicação do conceito de ESG  (Environmental, Social and Governance) – sobrevivência, regulação e reputação -, sendo que os níveis 4 e 5 – sustentabilidade e regenerativo – são os que identificam as organizações que já adotaram e consolidaram as boas práticas. 

As informações fazem parte da pesquisa “Melhores para o Brasil”, apresentada por Pedro Paro, pesquisador de doutorado da USP e CEO e fundador da Humanizadas, empresa de avaliação multistakeholder em ESG com uso de inteligência de dados, durante evento realizado em São Paulo (SP). “Alcançar todos esses níveis demanda coragem. O mercado brasileiro revela crises na relação com seus públicos de interesse, dos acionistas ao consumidor final, de governança, liderança e significado. Enquanto isso, as Melhores Para o Brasil revelam um novo modelo de gestão e geram um valor compartilhado em cadeia, além de possuírem um retorno financeiro 615% superior a índices tradicionais como o IBOV (antigo Ibovespa) no longo prazo”, comentou o especialista.

Pessoas estão no centro da questão

O evento contou também com uma premiação para as organizações mais bem avaliadas de acordo com a metodologia da Humanizadas, separadas por categorias – financeiro, varejo, consultoria, saúde, entre outros – e ainda com dois painéis sobre “ESG e Nova Economia” e “Disrupção na Gestão de Pessoas: Competências, Lideranças e Práticas Corporativas”.

O principal ponto trazido pelo relatório e também muito debatido durante os painéis, foi sobre pessoas. De acordo com Fabiano Rangel, head de desenvolvimento organizacional da Leão, participante do encontro, “o mundo está cada vez mais flexível e adaptável a mudanças, com novas e antigas gerações todos os dias debatendo questões importantes sobre qualidade de vida, carreira, meio ambiente e problemas sociais. A organização se propõe a se desafiar o tempo todo a partir das pessoas. Quando você contrata, não contrata um dress code e sim uma pessoa como ela é, ou seja, com seu físico, história, habilidades, competências e tudo isso faz parte da pessoa e reconhecer e valorizar essa integralidade e o que permite às pessoas aportarem o melhor do seu potencial”. Enquanto para Lívia Zappa, diretora de gente e gestão da CPI Tegus, “antigamente se pensava que era possível educar um colaborador com advertência ou suspensão. Mas as lideranças evoluíram. Hoje devemos fazer a autogestão e dar autonomia às pessoas, ter integralidade e cuidado nas relações. As pessoas são capazes de dar o melhor delas quando se cria confiança”.

Para João Paulo Figueira, gerente de desenvolvimento sustentável da Special Dog – uma das empresas premiadas do evento — a sustentabilidade vem sendo reconhecida, gradativamente, como um diferencial competitivo. “Hoje, entre os principais players do mercado petfood, qualidade do produto é um parâmetro bem estabelecido e que não difere significativamente as marcas – é um padrão de mercado que precisa ser atendido. Então qual o novo diferencial que nós acreditamos? Atributos de sustentabilidade. É a relação harmoniosa e o impacto positivo que aquela empresa e seus produtos têm com o meio ambiente, o bem-estar animal e a vida das pessoas — é fazer negócios com valores. E essa mudança só é possível através da construção de um novo mindset — ético, consciente, empático e inovador”.

Resumindo, Pedro Paro comentou que “não importa o tamanho de uma empresa ou quantos anos de existência tenha, e sim a mentalidade que ela põe em cima das situações. A linha de raciocínio do ESG é a seguinte: “quanto maior o problema da sociedade e do planeta que uma empresa resolve, mais precisamos dessa empresa”.

Fundamentos da pesquisa

O relatório tem como proposta extrapolar os indicadores existentes no mercado, que se limitam a olhar resultados restritos e sem base ESG, trazendo diversos apontamentos sobre como andam a cultura e clima organizacional, meio ambiente, conscientização de lideranças, relacionamento com clientes, parceiros e fornecedores. Foram 198 empresas avaliadas (entre, Arezzo, Mercur, Banco BV, Special Dog, Dengo, Magalu, Elo7, etc), que juntas somam R$ 221 bilhões em faturamento, empregam 108 mil pessoas e impactam 51 milhões de clientes e 232 mil fornecedores e parceiros. “As Melhores para o Brasil são apenas 1,6% do nosso PIB, mas já criam um retorno positivo de valor para todos os stakeholders. Precisamos ter consciência da nossa força, das ações, mas ainda precisamos ampliar o impacto das Melhores para o Brasil, pois temos muitas empresas que têm medo de ouvir pessoas”, concluiu o pesquisador.

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