Estudo analisa hábitos de compras de 7,5 milhões de pessoas em mais de 3 mil estabelecimentos
A cesta de compra dos brasileiros no mercado está mais enxuta, tomando lugar da famosa “compra do mês”. Isto é o que identificou um relatório da Tail by TOTVS. Por meio da Tail Shoppers, ferramenta de inteligência de dados que mapeia e analisa mais de cinco bilhões de transações mensais no varejo, a empresa analisou mais de 206 milhões de cestas de compras em mercados de todos os portes e regiões do Brasil. Ao todo, foram considerados os hábitos de mais de 7,5 milhões de pessoas em 3,2 mil estabelecimentos, somando 1,6 bilhões de itens adquiridos no período.
A pesquisa mostra que a intenção de compra dos brasileiros vem se moldando e priorizando cada vez mais cestas menores. No primeiro trimestre deste ano, quase metade das transações foram as chamadas compras de emergência (até 4 itens), que totalizaram 48,9% – crescimento de 1.8 p.p em relação a 2022, consolidando esse comportamento de compra como o mais frequente. Na sequência, estão as compras de conveniência (de 5 a 11 itens) com 30%, de reposição (12 a 25 itens) com 15,2% e de abastecimento (acima de 25 itens) com 5,9%.
“Além do comportamento do consumidor, a partir do levantamento podemos traçar também tendências. Com o aumento das compras de emergência e por conveniência, uma das tendências, por exemplo, é o crescimento do varejo de proximidade, ou seja, estabelecimentos que oferecem algum benefício ao cliente, normalmente pela localização mais próxima. Outro ponto é o público-alvo, ou seja, as necessidades de pessoas de 18 a 30 anos são diferentes do público de 36 a 45 anos, portanto, a exposição dos produtos deve ser outra. Isso tudo mostra como os dados são cada vez mais valiosos para suportar as estratégias de negócios e incrementar a atuação dos varejistas nos pontos de venda”, ressalta Cristiano Nobrega, CEO e cofundador da Tail by TOTVS.
Um dos destaques apontados pelo levantamento é a ascensão das compras das classes D, que chegou a 14,7% das compras (variação percentual de 12,7% no comparativo ano a ano), e C, que com 51,2% já representa mais da metade de todas as cestas. Outro insight da pesquisa são as mulheres como principais responsáveis pelas compras, representando 53,6% do total, uma variação positiva de 1.9 pontos percentuais no comparativo ano a ano. O relatório também identificou que os compradores estão mais jovens. Os mais ativos seguem na faixa dos 31 aos 50 anos (47,8%), porém a maior crescente no comparativo entre os anos é entre os consumidores de 18 a 30 anos, com um aumento de 16,1% para 17,8% do total. Já o público acima de 50 anos caiu de 36% para 34,3%.
Mas mesmo em meio a este cenário de mudanças, o valor do ticket médio dos brasileiros em mercados teve pouca variação, com aumento de 1,49% no 1º trimestre de 2023 (R$108,49), em comparação ao mesmo período do ano passado (R$106,42). Sobre a composição das cestas, no comparativo anual, as categorias dos produtos de maior destaque permaneceram as mesmas. Lideram as compras hortaliças (5,8%), refrigerantes (5,3%), pães (4,4%), produtos de limpeza (3,7%) e frutas (3,6%).
Pernambuco lidera em ticket médio
O estado de Pernambuco é um dos destaques do relatório da Tail by TOTVS, apontado com maior ticket médio do país – R$93,00 por cesta. O segundo estado com maior ticket médio do ranking é Santa Catarina, com R$87,00, seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul, ambos com R$80,00.
“Esses dados comprovam a força do varejo regional, sobretudo no segmento de supermercados. As redes locais e os mercados de bairro ainda se destacam entre as compras dos brasileiros. Essa é uma informação valiosa para apoiar estratégias e planejamentos desses varejistas, que precisam cada vez mais buscar entender o comportamento de seu público, suas tendências de consumo e as ações que fazem ou não sentido aplicar no seu negócio”, finaliza o executivo da Tail by TOTVS.
Das mais de 206 milhões de cestas analisadas, 23,4% são do estado de São Paulo; 14,7% de Minas Gerais; 12,2% são do Rio de Janeiro; 11,8% do Rio Grande do Sul; 7,8% do Ceará; 4,2% do Espírito Santo; 3,5% de Pernambuco e do Distrito Federal; 31,1% de Santa Catarina; e 2,2% da Bahia.