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Bruno Oliveira, cofundador e COO da Monkey

Ecossistema busca democratizar crédito com o cliente no centro

Cofundador da Monkey conta experiência on-line de ponta a ponta do marketplace de antecipação de recebíveis

A transformação digital que visivelmente se espraia por todas as áreas vem auxiliando também a democratizar o crédito, empoderando empreendedores do universo das PMEs. Surge novo panoramana no lugar das antigas factorings e mesas de gerentes de bancos que formavam a “via sacra” dos fornecedores de grandes organizações para conseguirem antecipar o recebimento de suas faturas e aplicar os recursos no dia a dia do pequeno negócio. Um marketplace que, reunindo grandes corporações, a base de fornecedores destas, além de instituições financeiras, coloca a fatura para um leilão em que o recebível é conquistado de imediato com apenas alguns cliques no smartphone. Esse é o negócio da Monkey, fintech que veio desenvolvendo esse ecossistema e que foi fortemente impulsionado pelo cenário da pandemia. Expandindo o modelo para outros produtos, como o Spike – que antecipa recebíveis de cartões de crédito -, entre outras verticais, a organização se prepara para escalar ainda mais neste ano, conforme detalhou, hoje (02), Bruno Oliveira, cofundador e COO da Monkey, ao longo da 495ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Contando, de início, um pouco da sua história como empreendedor, Bruno disse que, antes da fundação da fintech, ele era sócio de um fundo de investimento que alavancava empresas de tecnologia. Em 2015, quando se preparava para montar outro fundo de venture capital, foi apresentado aos sócios atuais, Gustavo Müller e Felipe Adorno, e passaram a analisar, juntos, alguns modelos de negócios. Entre estes, chamou mais a atenção o de uma organização americana que concretizara a ideia de uma plataforma de antecipação de recebíveis. Ou seja, propiciar aos fornecedores de grandes organizações não precisarem mais esperar de 30 a 90 dias para ver quitada a fatura de sua nota fiscal.

“Trazendo isso, em nossa análise do modelo, para o cenário brasileiro, marcado por altos juros, acentuadas barreiras para acesso ao crédito e alta concentração bancária, percebemos que havia um expressivo fit para esse tipo de negócio no país. E resolvemos, então, pular para o outro lado do balcão, abandonando a ideia do fundo para criarmos uma startup.”

Com esse produto inicial, nasceu a Monkey, como um grande marketplace tendo, de um lado, os clientes e os fornecedores das grandes companhias e, de outro, conectando instituições financeiras de todos os portes. Estas, em um sistema de leilão, disputam as notas fiscais a serem antecipadas. “É o primeiro ecossistema do tipo desenvolvido na América Latina”, assegurou o executivo. Tanto que a fintech, mesmo com foco no país, já consegue avançar na região, iniciando por Chile e Colômbia.

Os clientes da plataforma são grandes empresas, tais como Gerdau, Saint Gobain, Fiat-Chrysler, Minerva, Petrobrás, entre outras, e os usuários são os fornecedores que formam a base dos que participam da cadeia produtiva dessas corporações, chegando, em alguns casos, em mais de 10 mil pequenas empresas em uma única base. Criada em 2016, a fintech veio seguindo um crescimento paulatino e considerado razoável, até que chegou a pandemia e tudo mudou. Com o estrangulamento do sistema de crédito tradicional, a startup percebeu um crescimento exponencial na procura pela plataforma. “Com um produto que oferecia crédito mais barato e a facilidade e velocidade do digital, a intensidade de crescimento foi vertiginosa. Foi a virada que nos fez ver que estávamos mesmo no caminho pretendido – expansão acelerada resolvendo uma dor das PMEs. E era o momento de colher as sementes duramente plantadas no pré-pandemia, pois lidamos com grandes clientes que demandaram um alto e demorado esforço de venda no começo.”

De acordo com o COO, a ideia dos sócios de seguir pelo caminho mais difícil também foi fundamental para o sucesso. Essa opção foi a de, ao invés de oferecer seus próprios recursos para a antecipação e recebíveis, tornar a plataforma um hub para conectar grandes corporações, fornecedores e instituições financeiras – bancos nacionais e internacionais interessados em financiar cada operação. “Nossa preocupação era construir um ecossistema equilibrado nesse sentido e hoje reunimos cerca de 50 players do mercado financeiro, construindo um mix para diferentes perfis de clientes e de crédito.” Depois de contar um exemplo concreto de o quanto a engrenagem leva bem-estar ao pequeno negócio, Bruno exclamou: “Isso sim é bem-estar e representa muito para nós possibilitar essa entrega ao nosso usuário final”. Como experiência para o cliente, ele considera que há grande satisfação em uma jornada ponta a ponta pelo on-line, dentro da realidade pós-pandêmica em que todos já se acostumaram ao digital como conveniência.

Ainda de acordo com o executivo, o sistema de leilão disputado pelos clientes nesse processo acaba empoderando o fornecedor nas negociações. E lembrou também do papel relevante do marketplace da Monkey nos alertas abertos pela pandemia, que é as empresas se preocuparem em ter mais opções de fornecedores, locais e distantes, em um mundo globalizado sujeito a crises pontuais. Para ele, o just-in-time – a entrega do produtos por um fornecedor no tempo certo – é substituído pelo just-in-case, ou seja, a possibilidade de contingenciar fornecedores em um leque muito maior. Ele pôde explicar ainda detalhes da segunda linha de produtos, a Spike, que é a antecipação de recebíveis em cartões de crédito e que se desdobrará em outros produtos até o final do ano, pretendendo escalar com a cultura de colocar clientes e usuários permanentemente no centro do negócio.

O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 494 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerra a semana amanhã (03), com o Sextou, que debaterá o tema “Carreira: O protagonismo feminino em cultura cliente”, com as convidadas Ana Paula Kagueyama, head of global customer solutions da Paypal, Carolinne Iglesias, diretora de CX Latam do Zé Delivery, Larissa Gios, gerente de marketing da Webmotors, Isabela Cardoso, especialista em CX, Juliana Sandano, superintendente executiva do ciclo de vida do cliente do Banco Original, Suzzy Cipriano, diretora de CX da Vivo, Melina Vidaller, diretora de clientes da CVC Corp, Mirella Marchi, gerente de comunicação e relacionamento da Nissin, Gabriela Bianco, diretora de clientes da Brasilseg e Sarita Besada, diretora de contas globais da Atento Brasil.

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