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Estímulo (livre) para concorrência

Um dos pontos mais levantados pelos especialistas e empreendedores no mercado, hoje em dia, é sobre o quanto os consumidores desejam ter mais liberdade sobre suas escolhas. Com ferramentas poderosas ao seu alcance e, literalmente, em suas mãos, o cliente tem acesso a informações e troca opiniões constantemente sobre produtos e serviços antes de adquiri-los. E privá-lo desse direito é fazer com que ele fique insatisfeito e, até mesmo, prejudique o relacionamento com a empresa. Por esta razão, muitas pessoas vêm se mostrando a favor do aplicativo Uber, mesmo que não o tenham utilizado, justamente, por permitir que ele seja mais uma opção de transporte.
Aliás, para o diretor da S. Ejzenberg Engenharia Consultoria e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP, Sergio Ejzenberg, o aplicativo é “um bom exemplo da força da economia compartilhada no mercado e, para a sociedade, é uma inovação disruptiva no transporte individual”. Por conta disso, ele acredita que os ganhos dos usuários são imediatos e reais, fruto da livre concorrência do mercado. “Com mais opções, o usuário escolherá o serviço melhor, estimulando a melhoria da qualidade do setor do transporte individual público, o táxi.”
Inclusive, o fato da plataforma oferecer um serviço considerado melhor – uma vez que são carros de luxo e que possuem um padrão, o pagamento é feito via aplicativo e sem necessidade de abrir a carteira e outros diferenciais -, poderá motivar o setor de taxistas a também investirem em melhorias a fim de se equipararem à experiência entregue. Essa, inclusive, é uma das bandeiras mais levantadas pelos defensores do Uber. O especialista avalia que enquanto o aplicativo oferece uma uniformidade mais constante em seu trabalho, o padrão do serviço de táxis varia. “Pois, ao lado de profissionais competentes e donos de seus alvarás trabalham taxistas que não tem carro próprio, pagando diárias a frotistas ou a outros colegas taxistas, e tendo que trabalhar uma quantidade de horas desumana todos os dias para viver do serviço de táxi”, pontua. O que acaba prejudicando a qualidade e a segurança do serviço prestado. “Pode-se estimar que metade dos taxis da cidade de São Paulo rodam nessa condição.” Mas, claro, também não se pode dizer que a outra opção está isenta de problemas que possam surgir.
Sendo assim, Ejzenberg entende a existência dos protestos, mas acha que ao invés de gerar manifestações e eventuais estresses, que somente afastam os clientes de ambos os lados, que temem pela violência, os motoristas de táxi deveriam aproveitar o momento e fazer uma profunda análise do serviço, procurar por investimentos e mudanças, a fim de atender a necessidade do público e também cobrar os órgãos por melhores condições de trabalho. “Vendo a questão de modo abrangente, os dois serviços podem se reforçar de maneira sinérgica, ampliando o mercado ao permitir que o usuário praticamente abandone o uso do automóvel próprio, utilizando o Uber ou o taxi conforme a situação”, acrescenta.
Ainda mais em se tratando de grandes metrópoles, que são os principais lugares em que o aplicativo funciona, quanto mais opções de transporte alternativo, melhor para os cidadãos. “Considerando a economia em tempo, estacionamento, multas, manutenção, depreciação e custo de oportunidade do investimento, já existem estudos que comprovam que não vale a pena ter carro em grandes cidades congestionadas, para que roda até aproximadamente dez mil quilômetros por ano”, aponta o especialista.

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