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Hora de olhar fora da casinha

Com tantas transformações ocorrendo ao mesmo tempo, as empresas começaram a perceber que era preciso também se movimentar. Não dava mais para ficar parado. Porém, como esse processo tem se dado de maneira tão rápida, fica difícil para as empresas mais tradicionais acompanharem as mudanças. Uma das formas encontradas foi apostar nas startups, segundo Renato Valente, country manager do Telefónica Open Future e da Wayra Brasil. “Modelos de negócios já não são mais os mesmos, pois a forma de consumir produtos e serviços, e de se conectar, já não é como antes. As empresas perceberam, com isso, que não era mais possível apenas olhar para dentro para trazer mais agilidade e valor agregado ao cliente. Era preciso olhar para o mercado e trazer inovações que vinham de fora – as startups.”
Isso se deu de forma gradativa, com alguns segmentos saindo na frente, já que muitos viam essas novas empresas como inimigas. “Alguns setores passaram a se render mais rapidamente ou a acessar novas tecnologias por entenderem que não era mais possível seguir com o modelo de negócio de antes. Elas se sentiram ameaçadas e resolveram se aproximar”, conta o executivo, acrescentando que, hoje, no entanto, muitas companhias já compreenderam que estar próximas a empreendedores que estão à frente de projetos tecnológicos as tornam mais competitivas e cada vez mais capazes de concorrer no mercado global. “A inovação aberta, ou seja, buscar soluções fora da empresa, trazer para dentro em forma de novas receitas, cocriação ou diminuição de custos, agiliza a transformação digital dentro de empresas tradicionais que levariam muito mais tempo se resolvessem agir sozinhas.”
Ele explica que, por terem equipes enxutas, as startups são empresas ágeis, que buscam resolver problemas reais por meio de produtos flexíveis e rapidamente adaptáveis às necessidades dos clientes. Já as empresas tradicionais, de acordo com Valente, possuem processos eficientes, mas na maioria das vezes são lentas na tomada de decisão, pois a mudança ou criação de algo deve passar por testes e camadas de aprovação antes da adoção pela empresa. Assim, “a importância está ligada a fatores como desenvolvimento de novas tecnologias, aumento de produtividade, circulação de capital, empregabilidade e a melhora na oferta de produtos e serviços”.
INOVAÇÃO ABERTA
De três anos para cá, o executivo conta que as corporações começaram a dialogar com o ecossistema empreendedor, algumas até de forma bastante estruturada, sendo crescente a quantidade de programas de inovação aberta corporativos que vem surgindo anualmente. Ele cita a Telefônica, que criou o fundo Telefônica Ventures, em 2006, e desde então lançou outras cinco iniciativas. Elas vão desde educação empreendedora a um fundo de fundos, passando pela Wayra, que chegou ao Brasil em 2012 e já investiu em 64 startups no País.
Parte do Telefónica Open Future, programa de inovação aberta que opera em 17 países, a Wayra oferece investimento financeiro, infraestrutura de escritório, treinamentos, mentorias customizados para cada startup, acesso a investidores e grandes empresas, possibilidade de internacionalização e conexão com a Telefônica/Vivo. “Temos um programa flexível, que olha a fundo cada startup. Não somos uma escola de capacitação, somos uma empresa que investe em startups que podem crescer muito. Ajudamos os empreendedores com o que precisam, caso a caso. Conectamos com as melhores consultorias e mentores, associamos a empresa a um executivo da Vivo e abrimos portas de todas as grandes empresas que a startup precisar”, explica Valente.
Com isso, há uma troca de valor, segundo o country manager do Telefónica Open Future e da Wayra Brasil. “É uma relação ganha-ganha.” Falando da sua experiência, ele detalha que as startups buscam o investimento da Wayra muito mais pela conexão e possibilidade de negócios com a Vivo e outras grandes empresas parceiras do que apenas pelo valor investido. “Já provamos a tese de que as startups que fecham negócio com o grupo crescem e ganham maior visibilidade e valor de mercado, sendo mais procuradas por outras empresas e investidores”, pontua.
Já para a Vivo, as startups representam trazer inovação para dentro de casa, dentro do processo de inovação aberta. O executivo revela que o programa tornou-se uma ferramenta fundamental para a estratégia digital, e se transformou em um observatório privilegiado para detectar, captar e incorporar mudanças tecnológicas com o propósito de colocá-las a serviço da companhia e de seus clientes. “Muitas inovações criadas pelas startups investidas pela Wayra e absorvidas pela Vivo se transformaram em serviços para os clientes, como o Vivo Bem. Sempre pensando em como podemos melhorar a experiência do cliente”, conta Valente, destacando que 20% das startups investidas pela Wayra já fizeram ou fazem negócios com a Vivo.

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