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Fernando Antunes, gerente de relações governamentais na Salesforce Brasil

Inclusão e igualdade de gênero: Brasil deve continuar avançando 

A tecnologia está moldando a sociedade e esse processo deve continuar, ajudando a romper diversas barreiras, inclusive na diferença entre gêneros

Autor: Fernando Antunes

O Relatório Global de Lacunas de Gênero 2022 é categórico: a paridade de gênero no mercado de trabalho, duramente afetada pela pandemia de Covid-19, não está se recuperando e, além disso, “serão necessários mais 132 anos para se acabar com a lacuna global. O agravamento das crises afeta os resultados da força de trabalho das mulheres e aumenta o risco de um retrocesso ainda maior da paridade de gênero em nível mundial”. 

O relatório, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, faz uma análise comparativa das oportunidades oferecidas a homens e mulheres em 155 países, sobretudo em relação à participação na economia, no universo laboral e na política, bem como acesso à educação e expectativa de vida.

Em 2022, o Brasil ficou em 94º lugar, com uma diferença de gênero de 69,6%. Embora o país tenha subido uma posição em relação ao ano anterior e, no geral, as diferenças entre homens e mulheres tenham diminuído, a lacuna continua grande.

O mundo dos esportes é um dos espaços em que mais se precisa atuar em prol de maior igualdade, o que nos permite romper com a velha ideia de que existem áreas exclusivas para os homens. E, em 2020, o Brasil deu um passo importante nessa direção, quando a Confederação Brasileira de Futebol anunciou que as seleções masculina e feminina passariam a receber salários iguais. Apesar de ser um grande avanço, é preciso que ocorram iniciativas mais consistentes.

A diferença salarial entre gêneros no Brasil é uma das maiores da América Latina; as mulheres ganham, em média, 30% a menos do que os homens, enfatiza o Fórum Econômico Mundial. De acordo com Evelina Cabrera, uma das 100 mulheres mais influentes do mundo de na avaliação da BBC e ex-presidente da Associação Feminina de Futebol da Argentina, e que vem lutando há anos para promover a equidade de gênero em esferas sociais distintas, a tecnologia tem sido um fator fundamental para promover a inclusão digital e oferecer oportunidades a todos.

Além das contribuições individuais, juntos conseguimos fazer muito mais para promover a inclusão e a equidade. Somente o governo, as empresas e a sociedade civil juntas têm condições de avançar nessas questões.  

Está claro que as pessoas devem ter a capacidade de se adaptar às circunstâncias. A tecnologia, por exemplo, está moldando a sociedade e esse processo vai continuar. A única forma de crescer é aprender e entender que ela é uma ferramenta para a nossa vida e que poderá nos ajudar a romper diversas barreiras. Inclusive a diferença entre gêneros.

Fernando Antunes é gerente de relações governamentais na Salesforce Brasil.

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