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Marcio Unrue Ramos, diretor de dados, digital e inovação da Novartis

Jornada de inovação na saúde à base de dados

Diretor da Novartis descreve as frentes estratégicas que vêm impactando positivamente a experiência dos pacientes

Os avanços da digitalização facilitam a captação, o tratamento e a análise de dados, enquanto estes, por sua vez, alimentam as tomadas de decisões, inclusive e principalmente nos processos ininterruptos de inovação que geram mais informações e impulsionam um verdadeiro círculo virtuoso. É nesse cenário que se desenvolve a visão da Novartis, multinacional suíça quase centenária que se debruça em duas vertentes desafiadoras: oferecer soluções para áreas terapêuticas mais complexas e, por outro lado, nutrir o ecossistema de saúde pública e privada com processos inovadores capazes de impactar social e economicamente. Detalhando de que forma os pilares estratégicos da companhia têm propiciado o êxito no alcance desses propósitos, Marcio Unrue Ramos, diretor de dados, digital e inovação da Novartis, participou, hoje (30), da 453ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Há pouco mais de três meses à frente de uma área que vem ganhando relevância crescente na Novartis, Marcio destacou os principais objetivos dos desafios assumidos: aprender e adequar a melhor metodologia Agile na cultura da organização; e ter times focados separadamente em saneamento, arquitetura, fundação, equalização, report e analytics dos dados para aplicação prática em favor da indústria e dos pacientes. Na concepção do executivo, pouco adianta se falar nos estágios avançados de dados, caso não existam essas fundações bem consolidadas. Isso torna impossível, por exemplo, a criação de uma verdadeira e eficaz inteligência artificial, aquela que se sustenta em uma base de informações consistentes.

“Temos um time de inovação que tem sido motivo de muito entusiasmo, por ser pilar estratégico da visão assumida pela Novartis. A empresa tem se posicionado como um laboratório que oferece medicamentos inovadores, com atuação em tratamentos pouco ou nada apoiados, pois lidam com doenças raras.”

Nessa mesma linha, o diretor citou outra frente de negócios enquadrada como saúde populacional. Segundo explicou, trata-se de dotar tanto o ecossistema de saúde privada quanto a pública com informações sobre os reais impactos econômicos e sociais das doenças. E citou os tratamentos recorrentes, por serem inadequados, provocando recidivas, onerando os sistemas e piorando a experiência do doente. “Paralelamente, surge nossa frente que busca levar inovações ao mercado de saúde gerando eficiência a esses ecossistemas. Por exemplo, sabemos que 75% dos pacientes brasileiros são tratados pelo SUS, cujo orçamento, por mais que cresça anualmente, é sempre insuficiente para dar conta de toda essa demanda. Agora, imaginemos que consigamos oferecer a esse sistema uma solução digital que diminua em mais de 80% o extenso e burocrático processo de diagnóstico das doenças, que é o que mais afeta a experiência e os custos. Então, estamos criando esses tipos de soluções e pode-se deduzir o tamanho do impacto positivo que pode trazer para as finanças públicas e a vida das pessoas.”

Nascido nos Estados Unidos e vindo com a família para o Brasil ainda criança, Márcio contou também um pouco de sua trajetória pessoal e profissional que lhe permitiu chegar à posição que ocupa hoje na  multinacional suíça. Com formação em marketing e experiência em empreendedorismo, finanças e consultorias, tanto no país quanto na África e na Europa, acabou se aproximando da indústria de saúde em virtude de sua admiração pelo que representa o segmento. Esses caminhos permitiram que pudesse hoje entender a importância dos dados, do digital e da inovação, sendo que neste último aspecto, ele disse seguir um pouco na contramão do que se dissemina de forma generalizada – de que o papel de inovador é de todos em uma organização. “No meu entendimento, assim como em assuntos jurídicos, tecnologia, etc., onde nem todos podem estar produtivamente envolvidos, o processo de inovação também deveria ser encarado assim. Ou seja, é bom que os profissionais em geral na companhia tenham ideias, pensem fora da caixa, mas é fundamental possuir um time com foco e habilidades desenvolvidas para esse fim, com muito incentivo interno e alcançando resultados com muita qualidade. Considero até que a Novartis se diferencia no mercado, atualmente, por possuir uma equipe dedicada efetivamente à inovação, com estrutura e recursos.”

Ao dar um esboço do funcionamento dessa área especializada, o diretor explicou que se desenvolve em três vertentes básicas. Na primeira, uma “esteira” por onde entram as dores identificadas no mercado e trazidas pelos times de negócios da empresa e cujas soluções são testadas. Depois, um time de UX que chegará à formatação do protótipo e, por fim, um hub de inovação que verá como essas soluções são concretizadas, por meio ou não de parcerias, para trazer os resultados almejados. “Se estamos trabalhando para oferecer soluções em áreas terapêuticas mais complexas, queremos garantir que isso chegue efetivamente ao paciente. Possibilitar múltiplas soluções que levem a esse caminho, no qual todos saem ganhando.” Ele esmiuçou ainda de que forma a dinâmica de equalização, tratamento e fundamentação dos dados alimentam todo esse processo, num diálogo permanente com as demais áreas da companhia.

O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 452 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá prosseguimento amanhã (31), com a participação de Dirceu Gardel, CEO da Boa Vista, que falará da transformação pela tecnologia e inteligência analítica; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “LGPD: Que alertas ainda precisam estar ligados?”, com os convidados Claudio Soutto, sócio-fundador da Digitrust, Marcelo Martins, CTO do GetNinjas e Tatiana Costa Penha, gerente jurídica da RaiaDrogasil.

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