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Mais da metade dos jovens pediria demissão se trabalho interferir na vida pessoal

Mesmo assim, um dos aspectos mais marcantes em pesquisa é a busca por estabilidade financeira para 84% deles

Mais de 55% dos jovens da  geração Z preferem pedir demissão a permitir que o trabalho interfira na sua vida pessoal, segundo pesquisa realizada pela Caju, empresa de tecnologia que oferece benefícios e soluções para RH. Essa geração, composta por indivíduos nascidos entre 1995 e 2010, está em plena ascensão no mercado de trabalho e suas preferências estão moldando novas dinâmicas organizacionais. A pesquisa revela ainda que a geração Z é marcada por profundas contradições e um estado constante de “permacrisis” – termo que descreve a preocupação contínua com crises econômicas, políticas e ambientais. 

“Esses jovens cresceram em um ambiente de instabilidade global, o que moldou uma visão de mundo pragmática e, ao mesmo tempo, cheia de ambições pessoais. Um dos aspectos mais marcantes é a busca por estabilidade financeira: 84% dos entrevistados identificam essa como sua maior preocupação. No entanto, ao contrário das gerações anteriores, a geração Z não está disposta a sacrificar sua saúde mental ou bem-estar para alcançar essa estabilidade”, analisou  Lucas Fernandes, CHRO da Caju.

Saúde mental

Segundo o levantamento, a saúde mental é uma prioridade para essa geração. A pesquisa mostra que 70% dos jovens acreditam que todos deveriam fazer terapia, se possível, e muitos expressam a necessidade de ambientes de trabalho que respeitem essa preocupação. Para a geração Z, a linha entre trabalho e vida pessoal é clara, e eles estabelecem limites rígidos para garantir que o trabalho não comprometa sua saúde emocional.

Além disso, 41% dos jovens afirmam saber qual carreira querem seguir, mas 28% ainda estão em dúvida, o que reflete a incerteza sobre o futuro que permeia essa geração. Esse dado é relevante para as empresas que desejam atrair e reter talentos da geração Z, pois indica a necessidade de programas de desenvolvimento de carreira que ofereçam flexibilidade e oportunidades de experimentação.

Expectativas vs. realidade: a tensão no trabalho

“Um dos aspectos mais interessantes revelados pela pesquisa é a tensão entre as expectativas da geração Z e as realidades do ambiente de trabalho. Esses jovens desejam um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e muitos preferem empregos que ofereçam flexibilidade em termos de horários e locais de trabalho. No entanto, essa flexibilidade nem sempre está disponível nas empresas tradicionais, o que gera frustração e pode levar à alta rotatividade de funcionários”, comentou Lucas.

A geração Z também busca propósito em seu trabalho. Eles querem sentir que estão contribuindo para algo maior e que seu trabalho tem um impacto positivo no mundo. No entanto, a pesquisa mostra que apenas 29% dos entrevistados acreditam que o trabalho ajuda a criar sua identidade, o que sugere que muitos ainda não encontraram um alinhamento entre suas ambições pessoais e suas atividades profissionais.

“Esse desalinhamento é agravado pela percepção de que o trabalho pode ser uma fonte de estresse e ansiedade. De fato, o trabalho ocupa a segunda posição entre os motivos que geram mais ansiedade entre os jovens da Geração Z. Para muitos, a solução tem sido buscar um “lazy job” – um emprego que se adeque a um estilo de vida mais equilibrado, acordos claros e tempo para a vida pessoal. Esse conceito, popularizado nas redes sociais, reflete um desejo de desaceleração e de viver em um ritmo mais saudável”, afirmou Danielle Lima, head de pessoas e cultura na Consumoteca.

Geração Z e os benefícios corporativos

Além de suas expectativas em relação ao trabalho, uma análise da Caju destacou como a GenZ utiliza os benefícios corporativos oferecidos pelas empresas. A análise mostra que essa geração valoriza enormemente os benefícios relacionados à alimentação e mobilidade, com as categorias de ‘Auxílio-Alimentação’ e ‘Vale-Transporte’ representando mais de 80% dos gastos dessa faixa etária.

Especificamente, o ticket médio para alimentação foi de R$38,30, enquanto para transporte foi de R$31,09. Esse padrão de consumo reflete a importância que a Geração Z atribui à praticidade e à necessidade de sustentar seu estilo de vida ativo, mas com um foco cada vez maior em otimizar seus recursos. Além disso, o aumento do uso de aplicativos de delivery e transporte mostra que essa geração prefere conveniência e eficiência em seu dia a dia.

Por outro lado, a pesquisa também revela uma crescente busca por benefícios que apoiem o desenvolvimento pessoal e a saúde. “Embora não representem a maior parte dos gastos, categorias como ‘Educação’ e ‘Saúde’ estão ganhando espaço entre os jovens da Geração Z. Isso inclui desde cursos de idiomas e habilidades profissionais até serviços de psicoterapia e atividades físicas”, detalha “A tendência indica que essa geração está cada vez mais interessada em investir em si mesma, tanto em termos de competências profissionais quanto em qualidade de vida”, concluiu Lucas.

Como o mercado pode se  adaptar 

Com a geração Z prestes a dominar o mercado de trabalho, as empresas que desejam atrair e reter esses talentos precisam estar preparadas para adaptar suas práticas e políticas. “A pesquisa da Caju e Consumoteca destaca a importância de oferecer não apenas um pacote de benefícios robusto, não à toa vimos a trend CLT Premium bombando, mas também um ambiente de trabalho que valorize a flexibilidade, bem-estar e a personalização do ciclo de vida do colaborador dentro da empresa”, comentou Danielle.

De acordo com a executiva,  “para se conectar verdadeiramente com a geração Z, as empresas devem adotar uma abordagem que reconheça as particularidades dessa geração – desde suas preocupações com a saúde mental até sua busca por um trabalho que ofereça significado e impacto. Isso inclui criar programas de desenvolvimento de carreira que ofereçam caminhos claros, mas flexíveis, que permitam aos jovens desenvolver diferentes skills e encontrar seu verdadeiro propósito profissional”.

Já segundo Lucas Fernandes, “a implementação de políticas de trabalho remoto e horários flexíveis também será crucial para atender às expectativas dessa geração. Além disso, as empresas devem investir em programas de saúde mental e bem-estar, reconhecendo que esses são fatores decisivos para a geração Z ao escolher e permanecer em um emprego. Por fim, é essencial que as empresas estejam dispostas a ouvir e aprender com a Geração Z, entendendo que suas demandas não são meras preferências, mas reflexos de um mundo em rápida transformação”.

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