O novo hábito da compra deverá se manter mesmo no pós-pandemia. É o que revela o relatório Future Shopper Report 2021, produzido pela Wunderman Thompson, em parceria com a Enext. De acordo com o estudo, mesmo com a iminente reabertura das lojas físicas, 72% dos consumidores pretendem continuar com suas compras on-line. Além disso, 73% dos entrevistados relataram que o comércio eletrônico está sendo ainda mais importante para eles neste ano.
No Brasil, não só a intenção de compra no e-commerce segue elevada, mas também registra uma alta histórica. “Mesmo com o mercado físico varejista aquecendo novamente, esses números continuam bastante sólidos. Antes da pandemia, o percentual estava na casa de 42% das intenções de compras no mercado on-line. No pico da crise sanitária, esse número chegou a 64% e hoje o índice é de 55%. Ou seja, são 13 pontos percentuais de aumento na intenção de compra virtual em comparação ao momento pré-pandêmico. É uma elevação muito maior do que a média encontrada na América Latina, bem como na Europa e até na própria Ásia, onde o mercado atualmente é bem mais maduro”, comenta Gabriel Lima, CEO da Enext.
Segundo a pesquisa, o impacto do comércio eletrônico nacional é muito maior se for comparado, por exemplo, com países como Argentina, México e Colômbia. “Isso evidencia o Brasil como um mercado mais maduro após a pandemia. Assim, podemos crer que as estratégias brasileiras estão começando a ficar mais alinhadas com nações que já possuem o comércio eletrônico como um canal consolidado como Reino Unido, Estados Unidos e China”, explica Lima.
Outro ponto interessante está na mudança de hábito dos consumidores mais conservadores. Dados da pesquisa mostram que 54% dos compradores acima de 55 anos enxergaram o e-commerce como uma solução durante a pandemia, tendo em vista que uma proporção maior de pessoas tiveram que se isolar e se proteger do vírus, enquanto 26% apontaram neutralidade. Da mesma forma, 51% das pessoas neste mesmo grupo vão continuar fazendo compras online em 2021, mesmo com a retomada total da economia no mundo.
O relatório mediu também o canal mais buscado pelas pessoas quando desejam comprar um determinado produto. Os brasileiros muitas vezes utilizam os tradicionais sites de buscas, como Google, mas já é possível perceber que também usam o Mercado Livre, seguido de perto por outros marketplaces. “De acordo com o CEO, as pessoas começam a buscar diretamente os produtos que querem comprar e usam o canal mais relevante que a direciona para compra. Esse hábito também está muito mais próximo de mercados mais maduros, em que os principais mecanismos de pesquisas acabam sendo os próprios marketplaces”.
O executivo da Enext revela ainda que o dado é super relevante para os profissionais que trabalham com marketing digital e com comércio eletrônico, uma vez que possibilitam a definição de novas estratégias de ativação e aquisição. “Não podemos deixar de citar que o estudo atua em diversas categorias e mapeia o comportamento desses consumidores por país, região e canais. Com esses insights é possível ter uma comparação do que está ocorrendo no exterior e trabalhar eventuais gaps existentes em canais digitais no Brasil”.