Diretor da FTD Educação demonstra como dosar os incrementos tecnológicos sem perder o propósito centenário
De que forma a transformação tecnológica e as jornadas mais fluidas e velozes impostas pelo novo consumidor do pós-pandemia pode ser inserida em uma organização com mais de 120 anos de existência e que tem a educação com qualidade como core business? A resposta encontrada pela FTD Educação, fundada em 1902, e que hoje reúne mais de 1.600 colaboradores em um ecossistema que fornece material didático físico e digital em redes de ensino público e privadas, é ir dosando a inserção de tecnologia sem perder o núcleo de valores e crenças que asseguram a longevidade. Além disso, ela se lançou também, agora, no mercado B2C por meio de uma plataforma de e-commerce no embalo da transformação digital. Contando as etapas dessa trajetória que impõe grandes soluções para significativos desafios, André Tavares, diretor de operações e relacionamento da FTD Educação, foi o convidado, hoje (21), da 856ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Há quase dois anos na FTD, depois de viver experiências relevantes em gigantes do varejo brasileiro, André abriu a conversa lembrando que aceitou o desafio de contribuir com as mudanças em andamento da centenária organização pelo fato da educação ser o motor da construção de uma sociedade mais produtiva e realizada. Ao descrever o significativo ecossistema que compõe a FTD para atender a esse universo educacional, o executivo mencionou a presença de 1,6 mil colaboradores, um parque gráfico de mais de 60 mil m2 e plataformas digitais que disseminam conteúdo impresso e on-line para apoiar o aprendizado dos alunos. “O nosso desafio é adaptar esse grande aparato material e de conhecimento aos níveis de velocidade e transformação tecnológica dentro de uma empresa com mais de 120 anos de história. Ou seja, atualizar os modelos de atuação sem perder os fundamentos de valores e crenças que construíram o sucesso da marca. Somos movidos pelo propósito de entregar educação de qualidade e desafiados a trazer modernização com equilíbrio, pois se trata de uma área em que não se pode cometer erros, sob o risco impactar o futuro de pessoas.”
Quando perguntado sobre quem é, efetivamente, o cliente da FTD, André enfatizou que este não se resume a uma persona, sendo todos aqueles que orbitam em torno da entrega da marca. Começa pelos alunos, que usufruem dos materiais e conteúdos produzidos pela organização, e passa também pelos pais dos mesmos, aos quais as jornadas de compra e relacionamento são desenhadas, motivo, inclusive, do lançamento, no ano passado, da plataforma de e-commerce Lumisfera, dentro da transformação digital acelerada na companhia. “Consideramos nesse rol de clientes, também, o professor, que faz parte de toda a preocupação pedagógica de nossos materiais e serviços. E, principalmente, as escolas, as responsáveis por prover a formação dos futuros profissionais e cidadãos.”
Fazendo questão de sublinhar a configuração conceitual da FTD, mais que tudo, uma organização humana, o diretor explicou de que forma, dosada e equilibradamente, a tecnologia vai sendo inserida no modelo de negócio. Isso porque, na sua visão, a inflexão do mundo educacional todo para o modelo EAD não é algo que acontecerá tão cedo. Mas, evoluindo dentro das mudanças que têm de ser feitas agora, a companhia lança a segunda etapa do projeto Órbita, que é a inserção das edtechs nesse ecossistema já existente. Citando o nome de várias startups que estão ajudando a adicionar soluções tecnológicas ao propósito da marca, o executivo explicou: “Sozinho, obviamente, não conseguiríamos fazer tudo isso e, portanto, construímos uma rede que viabiliza essas transformações”.
Na concepção do diretor, o advento da pandemia acelerou a transformação digital também no mundo da educação tradicional, mas se percebe que a tecnologia veio para somar e não substituir. Ele entende que modelos híbridos têm se mostrado eficientes, não só no âmbito das escolas privadas, mas também em redes públicas de ensino. Houve tempo para o executivo responder a questões da audiência, tal como a guinada do modelo B2B2C e de parceria público-privada para o B2C, as novas parcerias para impulsionar a experiência, as estratégias adotadas para atualização de conteúdo e inovações pedagógicas, entre muitos outros temas, que lhe permitiram concluir: “Não somos meros vendedores de livros, mas muito mais que isso, buscando rentabilidade sem perder o propósito humano da educação sempre à frente”.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 855 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,6 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (22), com a presença de Patricia Menezes, diretora de excelência comercial na Kimberly-Clark Brasil, que abordará o lugar central do consumidor nas ações das marcas; e, encerrando a semana o Sextou debaterá o tema “Varejo: O que muda para entregar experiência ao consumidor?”, reunindo Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci, Michel Saba, diretor de vendas da Adyen Brasil, e Caio Camargo, especialista em varejo e tecnologia.