A Getnet, subsidiária do grupo Santander para soluções de meios de pagamentos, conseguiu ampliar os estabelecimentos que aderiram à sua plataforma on-line como saída aos empecilhos do isolamento social na pandemia. Indo muito além do simples oferecimento da maquininha de cartões, a organização de adquirência apoiou de forma consistente os pequenos empreendedores, varejistas e donos de restaurantes, a não só sobreviverem à realidade das portas fechadas, mas também mudarem seu modelo de negócio. Como a operação central desse segmento se transformou em commodity, o diferencial estará no oferecimento de serviços cada vez mais práticos e específicos. Esses e muitos outros detalhes de soluções que permitem o modelo figital, com tecnologias em constante evolução, foram compartilhados, hoje (29), por Pedro Cardoso, vice-presidente de negócios e marketing da Getnet, durante a 254ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Do ano passado para cá, iniciou o executivo, a aceleração digital reduziu de cinco para um ano a evolução e avanços significativos dos negócios no setor. “Felizmente, no nosso caso, estávamos bem preparados para progredir, atuando nas mudanças e ajudando nossos clientes, pessoas jurídicas, a conseguirem a sobrevivência e o crescimento, mesmo em um ambiente momentaneamente bastante hostil.” Segundo ele, o modelo digital com e-commerce, transações à distância, modelos não presenciais estavam sendo muito impulsionados pelos grandes players varejistas, enquanto, no universo dos pequenos, se constituía basicamente em uma estratégia marginal em relação ao negócio. Entretanto, ressalvou, com a pandemia, esse cenário se transformou em algo fundamental. Uma nova estratégia que ampliou substancialmente o uso das plataformas digitais, mudando, na verdade, o modelo de negócio para a inclusão do remoto em uma cultura mais figital. “Assim, intensificamos nosso projeto de apoiar os pequenos varejistas, restaurantes, etc., aqueles que se viram, do dia para noite, com o negócio fortemente ameaçado. O importante era manterem suas operações vivas e conseguirem avançar.”
Dando o exemplo de uma situação bem específica, o VP lembrou que a Getnet sempre teve muita penetração no ramo da alimentação, um setor muito impactado negativamente. “Foi interessante contribuir e acompanhar essa mudança de mindset, porque, nossas soluções não só mitigaram o problema desses restaurantes estarem com as portas fechadas, mas ajudou na transformação de todo o modelo de negócios desses empreendedores.” Segundo Cardoso, a empresa já havia iniciado, em 2019, o oferecimento de uma solução para operação on-line viável de se aplicar em um ou dois dias. Antes procurada apenas por pequenos varejistas, passou a receber forte demanda dos restaurantes. E, indagado sobre a forma de preparação da organização para as dimensões dos problemas e oportunidades na crise, ele respondeu que já se vinha, desde há quatro anos, apostando no crescimento desse mercado de meios de pagamentos em várias frentes. “Nossa proposta já era oferecer a solução completa visando facilitar a vida dos clientes. Entre as iniciativas aceleradas esteve o lançamento da solução de link de pagamento. Feita para quem quer receber à distância, mas sem o interesse em atuar no e-commerce de forma permanente.” Em sua avaliação, dessa forma, os alicerces estavam construídos com a certeza de que o mercado iria evoluir com base no digital. Ou seja, o que era realidade apenas na atuação dos grandes players varejistas, de repente, passou a ser buscado pelos mercados em geral.
A meta inicial da Getnet, estabelecida no início de 2020, era auxiliar dois mil pequenos empreendedores nessa migração para a plataforma virtual. Mas, segundo o executivo, o projeto foi bem mais longe. No final do ano, mais de 12 mil pequenos clientes já haviam aderido, em um crescimento exponencial que prossegue agora em 2021. “Junto aos grandes clientes, existia há tempos um empenho da Getnet no aumento de capacidade de atendimento e tudo o mais que envolvia os avanços já em andamento. Entretanto, o mercado dos pequenos demandou a implantação e aprimoramento de soluções específicas.” Alguns destaques registrados dissem respeito também à questão do auxílio emergencial. A organização, juntamente com outros players da indústria de cartões, ajudou para que ele chegasse de forma rápida no consumidor, e colaborasse para impulsionar a própria economia do país. “Conseguimos com que os pagamentos com esses recursos fossem realizados nos terminais da Getnet, implantando a operação por meio de QRCode, algo muito facilitador ajudando na dinâmica pretendida, mas inalcançável pelo governo de forma isolada. Nosso apoio na aceitação desses recursos no comércio, em menos de um mês, foi bastante relevante para a indústria e a nação.” Outra ação lançada, complementou, no bojo da crise, foi uma ampla campanha a respeito das gorjetas nos restaurantes, com a solução Split Pagamento. Por meio dessa tecnologia, há um alívio da sobrecarga de trabalho no restaurante para a divisão das taxas de serviços e gorjetas. “Nossa solução administra isso já fazendo a administração automática para que cada recurso chegue ao destino adequado.”
A empresa, na avaliação de Cardoso, tem conseguido abraçar de forma relevante essas mudanças, fortalecendo ainda mais o crescimento do negócio, mas reconhece que o ambiente físico ainda reina no comércio em geral. O consumidor brasileiro preza muito o presencial. Por isso, disse ele, o marketplace da Getnet foi conceituado para se adequar e combinar o mundo digital ao físico, por entenderem que esses universos se conversam, tornando muito difícil fazer uma separação clara entre a preponderância de cada um. “Nossa grande aposta é em serviço, tanto no on-line quanto no off-line. A citada solução de Split de Pagamento, por exemplo, permite que se realize a operação tanto no virtual quanto dentro de uma loja. Para avançar e se diferenciar em soluções novas e de serviços, o investimento crucial é em tecnologia.”
Em última instância, embora se trate de uma indústria em que o cliente seja o estabelecimento, o alvo final, ressaltou o VP da Getnet, é o consumidor desses contratantes, os que têm que ficar satisfeitos. “A prestação de serviços é o que vai mesmo fazer a diferença. A crise mudou o mercado de adquirência, deixando de ser um segmento de exclusividades. Ao romper o monopólio formamos uma visão de que a transação na maquininha é commodity e o cliente tem de perceber os diferenciais da Getnet para ficar com a empresa.” E, questionado sobre as tendências tecnológicas do segmento, como as utilizadas na China, por exemplo, ele destacou que é tudo ainda muito recente. “Os grandes players vêm avançando há tempos no uso dos recursos tecnológicos, enquanto os chineses deram alguns passos ainda mais significativos rumo ao futuro. Aqui, o QR Code já foi um grande avanço. O tempo dirá o que vai funcionar ou não. A cultura de o consumidor trabalhar com a forma de pagamento via cartões está consolidada. E toda novidade terá que passar pelo crivo da adaptação à realidade cultural brasileira.”
O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 253 lives feitas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A série de entrevistas prosseguirá amanhã (30), com o “Sextou?”, abordando os possíveis diferenciais no sistema de delivery com a presença de Bruna Horácio, head of sales da Click Entregas.