Eduardo Carone, CEO e fundador do Atlas Governance

O impacto da governança digital na experiência do cliente

CEO da Atlas Governance descreve de que forma a startup veio preencher uma lacuna no processo de transformação digital

A aceleração da transformação digital que mudou o panorama e a forma de atuar das organizações, notadamente a partir das circunstâncias da pandemia, alcançou todas as áreas de forma avassaladora. Mas, surpreendentemente, o setor talvez mais importante das companhias, aquele que toma as principais decisões sobre presente e futuro, trabalha ainda hoje, em sua maioria, no modelo analógico. Trata-se do conselho de administração, aquele que, por exemplo, contrata e demite CEOs, e que, por ainda não estar digitalizado, pode comprometer, na raiz, o controle eficaz do modelo de governança abraçado pela organização. Faltava, para alcançar esse nicho, uma plataforma digital, oportunidade vislumbrada pela Atlas Governance, startup que, em apenas cinco anos, já alcança 11 países, mais de 500 clientes e 20 mil conselheiros usuários. Demonstrando de que forma a facilitação dos controles de governança podem ajudar na experiência de clientes e usuários de todo tipo de organização, Eduardo Carone, CEO e fundador do Atlas Governance, foi o convidado, hoje (06), da 717ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

O executivo iniciou contando de que forma sua longa experiência atuando em fundos de investimento e como conselheiro de várias organizações permitiu detectar a relevância da governança em todos os negócios e atividades, inclusive impulsionando a criação de uma startup no segmento. Por conta de um problema jurídico enfrentado por uma das organizações de cujo conselho de administração ele participava, em 2015, certa manhã acordou e percebeu que todos os seus bens e contas bancárias estavam bloqueados pela Justiça. Segundo explicou, de acordo com a legislação brasileira, se existe um determinado valor sendo questionado em relação à empresa, o juiz bloqueia essa quantia de cada administrador da mesma. Nesses casos, existe um seguro de administrador cuja apólice pode ser acionada para pagar os advogados na defesa dos envolvidos. Só que, estranhamente, mesmo aprovado em reunião, esse seguro não havia sido contratado.

Esse drama vivido na pele pelo executivo e que teve de ser superado a duras penas gerou nele a constatação de que, sem digitalizar os processos e decisões tomadas nos conselhos seria inviável seguir em frente nessa atividade. Foi quando descobriu que as poucas soluções existentes para resolver esse problema eram constituídas de softwares caros e pouco amigáveis. Restava, então, a saída empreendedora de construir seu próprio programa, cujo desenvolvimento levou dois anos, fazendo surgir no mercado, em 2018, o Atlas Governance. “Mesmo sabendo que ainda há um longo caminho pela frente, essa plataforma criada para solucionar a dor das organizações por meio de uma governança simples e eficaz já está presente em mais 11 países – com times próprios no Brasil, México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina, e por meio de parcerias nos demais dentro da América Latina. São  600 companhias clientes e mais de 20 mil conselheiros e membros de comitês presentes na plataforma.”

Crescendo em uma velocidade considerável e captando investimentos de forma satisfatória, Eduardo afirma que há grande espaço a ser ocupado, tendo de vencer uma barreira existente ainda de forma generalizada. A transformação digital que, nos últimos anos, modificou  a forma de atuar em praticamente todos os setores das organizações, contrasta com a vida nos conselhos de administração que, mesmo sendo o órgão mais importante por causa das decisões que tomam, ainda, na grande maioria, trabalham no modelo analógico.

“Existe hoje um potencial aproximado de 70 mil companhias que deveriam estar se utilizando de um portal de governança, seja para o conselho de administração ou para o consultivo. Com 500 clientes no Brasil, somos de longe a maior do mercado. E estamos avançando por dois aspectos fundamentais pensados em termos de experiência do cliente: primeiro, oferecer uma plataforma muito simples e amigável e, em segundo lugar, garantir um atendimento digital e humanizado com muita rapidez e resolutividade.”

Conceitualmente, ao contrário do que se pensa de maneira geral, na visão do CEO, a governança tem de ser algo presente em todos os tipos de organizações, das empresas de capital aberto às de menor porte, nas cooperativas, nas ONGs, associações, sindicatos, fundos de pensão, estatais, etc. Para Eduardo, o “G” da sigla ESG deveria estar embaixo e não ao lado, pois tudo o que se faz em termos de sustentabilidade e segurança depende fundamentalmente da boa governança.

Depois de aprofundar a relevância que essa atividade tem para o ecossistema da organização e as estratégias adotadas para conquistar o mercado, o executivo detalhou a centralidade do negócio da plataforma, dividida entre digitalização da experiência e a cibersegurança, tudo em nuvem, com muita aplicação de IA. Houve tempo ainda para responder às questões levantadas pela audiência como, por exemplo, a eventual constatação de falhas na governança dentro do problema enfrentado pela Americanas, assim como a relação desse tema com as pautas de diversidade e inclusão.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 716 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerrará a semana amanhã (07), debatendo o tema “Varejo: Evolução do PDV para ponto de experiência” reunindo Luciano Barbosa, head da operação da Xiaomi Brasil, Eduardo Córdova, sócio-fundador e CEO do market4u, e Fabio Turuta, diretor de desenvolvimento de negócios da Gertec.

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