Especialistas da Cypher Learning, Foreducation EdTech e amais educação debatem sobre a permanência dos avanços tecnológicos na áea de educação
O flerte que se manteve com certa timidez durante longo tempo entre educação e tecnologia, de repente, em função das circunstâncias pandêmicas, avançou de forma muito acelerada, em um rol de soluções que pretendem gerar interação e formar estudantes em sistemas híbridos de ensino. Os modelos de ensino se expandiram no período, dando espaço para as novidades trazidas pelas edtechs, que se desdobram na oferta de sistemas de gestão educacional, serviços e consultoria para que as escolas possam avançar nos novos padrões com as próprias pernas. Entretanto, com o retorno do presencial, há o risco de haver um retrocesso, seja pela incompreensão ou pelo mau uso dos recursos tecnológicos, dando a essas startups a oportunidade de encontrarem formas de solucionar as novas dores da adoção dos modelos híbridos de ensino. Esses e muitos outros temas envolvendo a educação tecnológica nos centros de ensino, universidades corporativas e secretarias de educação, fizeram parte do debate que reuniu, hoje (27), Ana Carolina Pereira, diretora da Cypher Learning no Brasil, Marcelo Lopes, co-fundador e diretor pedagógico da Foreducation EdTech, e Fabrício Theophilo, head de growth marketing e novos negócios da amais educação, na 492ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Especializando-se em designer institucional e trabalhando com EAD desde 2006, Ana iniciou contando um pouco da trajetória que a levou ser uma das lideranças na subsidiária brasileira da Cypher Learning, multinacional americana criada em 2009, com sede em São Francisco, Estados Unidos, e filiais em 10 países, chegando ao Brasil em 2017. Oferecendo ao mercado uma ferramenta LMS – sigla em inglês para sistema de gestão de aprendizagem -, a organização procura oferecer a solução completa, com consultoria e projetos na área. Segundo a executiva, o período da pandemia representou um grande desafio para a empresa, deparando-se com um cenário totalmente inesperado e um novo perfil de cliente, ainda completamente desinformado sobre o sistema de gestão da educação à distância. Foi preciso, disse ela, entregar muitos projetos que envolviam inteirar as pessoas sobre o e-learning, desde princípios básicos, principalmente nas universidades corporativas e nas escolas de ensino médio, que jamais haviam preparado aulas on-line, e que hoje formam maioria em na carteira de clientes da empresa. “O fator humano joga papel fundamental nessa adaptação. Depois do susto inicial, por lidarem com o desconhecido, as pessoas percebem que o ensino à distância não é nenhum ‘bicho de sete cabeças’.”
Enquanto a amais educação, de acordo com Fabrício, é uma spin-off da Inspira Rede de Educadores, que nasceu há 18 meses como consequência das necessidades surgidas com a pandemia. Já em seu primeiro ano de existência, passou por uma fusão com o Unimestre, um ERP – planejamento de recursos educacionais – com mais de 20 anos de existência e onde o executivo desenvolvia sua carreira. Segundo ele, a amais opera com base em quatro pilares, envolvendo gestão educacional, gestão de aprendizagem com plataformas tecnológicas, comunicação educacional para o relacionamento das instituições e estudantes e, por fim, a gestão de conteúdo, com projetos em ensino bilíngue, educação financeira, etc. “As mudanças pós-pandemia nas escolas são muito acentuadas. Houve grande aceleração das tecnologias e é papel das edtechs contribuir para o sucesso dessa transição. Ajudar, inclusive, na construção de um ecossistema que promova uma integração eficiente com poucos fornecedores envolvidos. E deixando os cliente focados em sua atividade-fim, que é o ensino.”
Por sua vez, Marcelo, comentou que enquanto ajudava a desenvolver modelos de educação tecnológica, o Google for Education chegou com a mesma proposta, coincidindo com a criação da Foreducation Edtech, tornando-se o primeiro Google partner na América Latina. “Hoje replicamos o modelo em escolas, universidades e secretarias de educação de todo país, mas com foco em pessoas. Porque de nada adianta fornecer tecnologia em ambientes educacionais se não dermos soluções úteis para o processo de aprendizagem. São modelos tecnológicos que propiciam interações em nível muito colaborativo com o aluno.” Na sua concepção, a inserção da tecnologia em ambiente escolar é hoje indispensável, sendo que houve um esforço grande das edtechs de construírem esse processo durante a crise sanitária e, agora, a luta é para que não haja retrocessos nesse processo.
Nessa linha, o head da amais não só concorda, como afirmou que, com o retorno das aulas presenciais, os próprios estudantes temem que haja um recuo nos avanços tecnológicos que têm propiciado um ensino à distância com qualidade.
“O desafio do momento para as edtchs é garantir que instituições e professores lidem bem com o modelo híbrido em formação.”
Fabrício Theophilo
Enquanto a diretora da Cypher acrescentou que o risco de abandono das conquistas no setor é o mesmo nos outros países. Notadamente em centros de ensino que, se não são bem orientados no uso de toda a tecnologia disponível, acabam entendendo que o próprio sistema EAD não atinge os objetivos. “Há os que definitivamente não querem prosseguir com o LMS, se mantendo nos sistemas de conferência on-line mais rudimentares. Mas, nas instituições que receberam o impulso emergencial da pandemia como uma raiz a ser desenvolvida para avançar em modelos educacionais, deve haver perseverança.”
Na sequência do encontro, os especialistas puderam refletir sobre as formas como a tecnologia pode cortar caminhos na gestão educacional, aplicativos que auxiliam na comunicação entre pais, escolas e estudantes, a segurança dos sistemas em nuvem, os recursos para apoio do ensino também no presencial e aspectos e formação dos estudantes via tecnologia, entre outros temas. O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 491 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever.
A Série Lives – Entrevista ClienteSA retorna na segunda-feira (30), trazendo Deise Violaro, superintendente de customer experience e growth da Porto, que falará da evolução da CX, em todos os negócios; na terça, será a vez de Callebe Mendes, CEO da Zapay; na quarta, Fábio Lima, diretor de vendas para o varejo da Lenovo; na quinta, Bruno Oliveira, co-fundador e COO da Monkey;e, na sexta, o Sextou encerra a semana debatendo o tema “Carreira: O protagonismo feminino em cultura cliente”, com os convidados Ana Paula Kagueyama, head of global customer solutions da Paypal, Carolinne Iglesias, diretora de CX Latam do Zé Delivery, Cris Rother, Chief Marketing Officer da Webmotors, Gabriela Bianco, diretora de clientes da Brasilseg, Isabela Cardoso, especialista em CX, Juliana Sandano, superintendente executiva do ciclo de vida do cliente do Banco Original, Suzzy Cipriano, diretora de CX da Vivo, Melina Vidaller, diretora de clientes da CVC Corp e Mirella Marchi, gerente de comunicação e relacionamento da Nissin.