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Geovani Fagundes,José Nery e Pedro Schaan

O que falta para o mercado de carros eletrificados avançar?

Executivos da PwC, HPE e Zletric debatem o futuro do veículo eletrificado com destaque para a experiência do cliente

Tendo a China na dianteira e os países mais avançados em seu encalço, o mercado global de veículos eletrificados – elétricos e híbridos – já se mostra amadurecido ao ponto de ser capaz de aumentar em muitas vezes a capacidade de produção. Um cenário positivo, afinal, cada vez mais esses carros se tornam um produto aspiracional para o cliente, inclusive no Brasil. Entretanto, a revolução que esse novo meio de mobilidade deve promover no mercado ainda esbarra em alguns desafios, principalmente de infraestrutura, pontos fundamentais para que a experiência do consumidor seja fluida e corresponda às expectativas. Esse foi o quadro delineado, hoje (17), por Geovani Fagundes, sócio da PwC Brasil, José Carlos Nery, head de CRM da HPE Automotores (Mitsubishi e Suzuki), e Pedro Schaan, CEO da Zletric, ao longo da 816ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Dando a largada, Geovani aproveitou para explicar que chama os novos tipos de veículo de eletrificado, pois fazem parte dessa categoria os elétricos e os híbridos – convencionais, plugin, etc. Na sequência, ele destacou o caráter global do assunto, pois se trata de uma transição da indústria em todo o mundo. Partindo desse cenário mais amplo e mergulhando depois na realidade brasileira, o especialista disse que são fabricados hoje, mundialmente, 80 milhões de carros eletrificados, mais de 30% deles na China, cerca de 17% nos Estados Unidos e 16% na Europa, compondo bem mais da metade da frota global. A produção brasileira não passa de dois milhões de unidades, apesar de possuir capacidade potencial para dobrar a quantidade. “Apesar dessa fatia ainda incipiente, o Brasil é levado muito a sério nesse mercado global por sua reconhecida expertise de produzir veículos, em uma história de mais de meio século.”

De acordo com Geovani, cada um dos países ou regiões têm seus motivos específicos para tomar essa decisão de transitar do carro a combustão para o eletrificado. Na Europa, por exemplo, em função da cultura de defesa do meio ambiente e as distâncias mais curtas percorridas, estima-se que mais de 50% da frota seja eletrificada até 2030. Diferente do que ocorre nos Estados Unidos, com o americano mais apegado aos seus “carrões tradicionais”, tendendo a encarar o elétrico como complementar para o dia a dia do trabalho. Ao passo que, no mercado chinês, há uma propensão à permanência dessa transição mais forte, desafiando as grandes montadoras multinacionais a permanecerem ali competindo na conquista dos consumidores do segmento. Ao mesmo tempo, uma luta entre a vontade dos produtores chineses de exportarem e enfrentarem eventuais barreiras, principalmente na Europa e Estados Unidos.

Por sua vez, Nery, abordando o tema sob a ótica do consumidor, afirmou que enxerga o eletrificado chegando não como um fator determinante de mudança, mas como um novo player no mercado global. Em termos de Brasil, ele complementa a análise com a visualização de um período de turbulência nessa transição. “Porque a indústria dividirá mesmo sua produção dos consolidados veículos a combustão com o elétrico, em um país que já representou o maior potencial per capita de consumidores como chamariz ao segmento automotivo global. Mas, trata-se, neste caso, não apenas de uma nova tecnologia que já dominamos – mas, também, de um novo modelo de negócios.” Nessa linha, ao se concentrar na persona do consumidor, trouxe o exemplo da Tesla que, no seu entender, horizontalizou o carro eletrificado como um fator aspiracional de um produto que, pelo menos os clientes mais afeitos à inovação, já aderiram. Entretanto, esses mesmos enfrentam, agora, problemas cujas soluções ainda estão sendo pensadas, notadamente nas envolvidas em torno da questão da recarga. Nery seguiu traçando um cenário envolvendo a indústria automotiva no País, seus dilemas e suas equações, sobre virtudes e defeitos do novo produto.

O que foi o momento certo, no encontro, para a entrada de Pedro na conversa, já que a Zletric é uma startup dedicada justamente no ponto nevrálgico da eletrificação automotiva, que é o de soluções de carregamento. Segundo ele, mesmo sendo uma empresa de tecnologia, a preocupação é envolver todos os colaboradores em pensarem os recursos em função do dia a dia do consumidor. Além disso, no novo cenário, as montadoras, por causa da necessidade de recarga, passarão a ter um relacionamento muito mais continuado com o consumidor. “Por isso, da mesma forma que a Tesla criou o sistema de assinatura para tranquilizar o cliente a respeito do carregamento da bateria, criamos em nossa empresa algo similar que, por meio do nosso aplicativo, o consumidor passa a ter um vínculo contínuo com a montadora.” Para o executivo, apesar de apenas 170 mil eletrificados estarem rodando pelo País, esse novo veículo já começa a competir com os tradicionais, pois soluções inteligentes começam a surgir dentro da mobilidade elétrica, além da legislação que, na capital paulista, por exemplo, já exige das novas construções os pontos de carregamento.

O debate seguiu avaliando o peso desses desafios para o desenvolvimento do mercado, as características peculiares da realidade brasileira dentro desse panorama, os detalhes dessa opção dentro da experiência completa do cliente, a mudança da compra de automóvel mais pelo racional do que pelo emocional, as questões de impostos e incentivos, entre muitos outros pontos. O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 815 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já chega a 2,5 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA retorna na terça-feira (21), recebendo Deiverson Migliatti, fundador da Sterna Café, que explicará as “quatro voltas ao mundo em busca da melhor experiência”; na quarta, será a vez de Selma Correa, diretora de serviços a clientes e parceiros da Raízen, abordando o cuidado com os clientes e os resultados para o negócio; e, quinta,  Maurício Almeida, presidente e fundador da Watch Brasil, para falar de UX e inovação como diferenciais em conteúdo por assinatura de streaming.

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