Fundador da Sterna Café detalha as estratégias adotadas para alavancar a rede de franquias tendo o cliente como foco
Embora, historicamente, os países escandinavos sempre foram considerados os campeões do consumo de café no mundo, este ano o Ministério de Agricultura e Pecuária colocou o Brasil como segundo maior consumidor da bebida, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Com a média diária de três xícaras de café por brasileiro, faltava ampliar a oportunidade para o mesmo realizar essa experiência com produtos no nível de qualidade encontrada no exterior e com um ambiente e atendimento que entregassem uma experiência inesquecível. Essa oportunidade fez nascer a Sterna Café, rede de franquias que, em oito anos, já alcança a marca de quase 90 lojas, prometendo colocar o pé ainda mais no acelerador em 2024, inclusive por meio de parceria com um grande investidor. Contando os detalhes da cultura de inovação da rede e das quatro viagens tipo “volta ao mundo”, que fez para capturar ideias e adquirir inspiração, Deiverson Migliatti, fundador da Sterna Café, participou, hoje (21), da 817ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Fazendo questão de ressaltar, logo de cara, que um negócio nunca começa apenas quando se abre o CNPJ, mas sim desde que se vai formando na mente e na vontade do empreendedor, Deiverson disse que, no seu caso, brotou já na infância, mesmo crescendo em um lar humilde na região do ABC, na grande São Paulo (SP). Com sete anos de idade, ele já era um pequeno numismata, como são chamados os colecionadores de moedas e cédulas, quando, então, olhando para aquelas imagens estampadas, percebeu que desejava viajar e empreender de alguma forma. Obtendo, aos 18 anos, um financiamento estudantil para a faculdade e, logo em seguida, um estágio nas Casas Bahia, chamou a atenção desde o início como intraempreendedor, mantendo o sonho de conhecer o mundo e tornar-se um empresário. Tanto que logo conseguiu passar 45 dias visitando diversos países, satisfazendo curiosidades e mirando exemplos inspiradores para quando voltasse ao País.
O que mais lhe chamou a atenção nesse primeiro tour foi a quantidade de redes de franquias bem-sucedidas pelo mundo. Até que, em 2009, demitido do primeiro emprego por reestruturação da companhia, foi em direção ao empreendedorismo. Com o dinheiro da indenização e mais o apoio governamental, via Proger, tornou-se um franqueado da Subway, com a primeira loja em Diadema, no ABC paulista, se destacando dentro da rede. Rapidamente se tornou dono de 10 franquias da marca, abrindo, praticamente, uma a cada seis meses. “Foi quando me entusiasmei e, pelo excesso de autoconfiança, diversifiquei demais, com negócios que iam de franquias da KFC a temaquerias e moda feminina, começando a errar a mão. Tendo de fechar ou vender negócios, percebi ser necessário ter afinidade com o empreendimento, pois só assim mergulharia fundo em oferecer a melhor experiência aos clientes.”
Em meio a essa epopeia de erros e acertos, Deiverson continuou a viajar, realizando a segunda peregrinação global em 2009 e a terceira em 2012, somando já mais de 70 países visitados, sempre entendendo que poderia encontrar algo que fosse simples e escalável. Esse exemplo foi encontrado em Myanmar (ex-Birmânia), país do sudeste asiático, em uma cafeteria cuja experiência diferenciada já podia ser vislumbrada pelas sucessivas placas ao longo das estradas e que se confirmava em seu interior. Dali a 2015, quando decidiu por construir a própria rede de franquias, a Sterna, foi um pulo. “Sempre gostei muito de café, desde criança. Viajando, ao desfrutar de excelentes tipos dessa bebida lá fora, descobri que a maioria vinha do Brasil, que sempre exportou sua melhor produção.”
A decisão de Deiverson foi, então, criar uma cafeteria premium, oferecendo cafés especiais, de alta qualidade, em ambientes amplos, confortáveis e formatada para entregar uma experiência de valor para os clientes. Batizou-a com o nome da ave migratória que mais voa pelo mundo, a sterna – capaz de percorrer, em seus pouco mais de 30 anos de vida, uma distância equivalente a seis vezes a distância entre a terra e a lua. “No final do dia, o que importa mesmo é ter encantado o cliente e, para isso, é preciso estar inovando de forma constante. Nossos cardápios são renovados a cada estação climática, com tipos especiais de café não só do Brasil, mas de várias regiões do planeta.”
Depois de detalhar vários tipos da bebida e as novidades criadas para experiências diferenciadas, o empresário respondeu também perguntas vindas da audiência. Entre elas, sobre os pequenos detalhes capazes de atrair o público-alvo da Sterna Café, destacando que esse negócio se assenta em três pilares: em primeiro lugar vem o ambiente acolhedor; seguido do produto (café, doces e salgados) de extrema qualidade; e, por fim, o atendimento de encantamento. Nesse aspecto, ele colocou ênfase na questão da contratação do capital humano, que considera difícil de contratar e fácil de demitir, pois têm de corresponder ao que demonstrou na chegada. Ele pôde ainda falar de exemplos de experiências inesquecíveis na área, sua plataforma de mentoria, a tendência do modelo de cafeteria to go e o futuro da empresa em parceria com um grande fundo de investimentos, entre muitos outros assuntos.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 816 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já chega a 2,5 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (22), com a presença de Selma Correa, diretora de serviços a clientes e parceiros da Raízen, abordando o cuidado com os clientes e os resultados para o negócio; na quinta, Maurício Almeida, presidente e fundador da Watch Brasil, para falar de UX e inovação como diferenciais em conteúdo por assinatura de streaming; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Inovação: Quais os impactos das novas tecnologias no marketing?”, reunindo, Fabiano Cruz, CEO da Alot, João Lee, CEO da Simplex, Caroline Mayer, VP da relevanC Brasil, e Arthur Novais, gerente sênior de growth para Latam da Seedtag.