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Luciana Godoy

Os muitos nichos da bancarização

O movimento de bancarização no país, que já vinha sendo incrementado na concorrência insuflada pelas fintechs e que se impulsionou ainda mais em razão da pandemia, apresenta números que não deixam dúvidas. A inclusão financeira dos brasileiros é algo que veio para ficar. Basta dizer que subiu de 3 milhões para 9 milhões a quantidade de consumidores bancarizados na comparação entre 2019 e este ano. Mais importante ainda: restam mais de 35 milhões de excluídos, um potencial enorme a ser explorado pelos players do setor. Essa é uma parte do quadro recheado de números fornecidos, hoje (19), por Luciana Godoy, CEO da Superdigital, durante a 164ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.

Traçando, de início, um perfil da Superdigital, a executiva disse que a fintech do Grupo Santanter tem como foco o movimento de bancarização, ou seja, promover a entrada de pessoas no sistema financeiro. “O que foi potencializado com a chegada da pandemia, em uma realidade com 45 milhões de brasileiros ainda desbancarizados. Uma quarentena que forçou as pessoas a fazerem suas compras, pagamento de contas, etc., sem ficarem se deslocando.” Essas circunstâncias criaram um movimento de bancarização que só tende a crescer, proporcionando já, somente nesse período, a entrada de quase 10 milhões de brasileiros no sistema. Mas o que significa, também, que há ainda por volta de 35 milhões de pessoas o com potencial de inclusão.

“Nossos estudos indicam”, detalhou, “que algumas regiões apontaram aumento de mais de 100% nas compras on-line, enquanto pagamentos de contas via aplicativos se elevaram em mais de 60%, o que continua em ascensão. Os consumidores estão se habituando a fazer tudo isso via digital mais em função do isolamento social, mas é agora um caminho sem volta.” De acordo com Luciana, outra das pesquisas realizadas pela empresa, desta vez sobre as tendências em relação à Black Friday, diz que 51% pretendem aproveitar oportunidades comprando on-line. Ela entende que, mesmo com o retorno a uma certa normalidade no mundo físico, o que já vem ocorrendo, essas transformações passarão a fazer parte do normal.

Para a CEO, a bancarização tem também um caráter de cunho social, pois proporciona a inclusão,  educando uma população que ainda se sente insegura em fazer as transações via instituições financeiras. Mas ela faz a ressalva: ainda é preciso mais investimentos na comunicação, notadamente junto às classes C e D, incrementando ainda mais educação para a inclusão financeira. “Isso para que elas possam não só usufruir das vantagens, mas que permaneçam nessa base, o que muitas vezes ajuda nas perspectivas de prosperidade. Realizamos muitos estudos para prospectar possibilidades e descobrimos alguns nichos. Um deles é atrair as pessoas que estão excluídas do sistema tradicional por causa de terem se endividadas e sofrem de restrições. Outras pesquisas que fazemos muito é em relação à nossa própria base para verificar hábitos e o grau do uso de aplicativos nas classes C e D. A beleza desse negócio está na possibilidade de despertar esse cliente para as alternativas que ele tem no digital.”

Outro fator que acelerou o movimento da bancarização, no entender da executiva, foi a existência do Auxílio Emergencial do governo. Isso forçou a uma grande quantidade de pessoas no sentido de aprender a usar o celular, os aplicativos e vivenciarem uma realidade da qual estavam alheias. Para dar uma ideia dessa dinâmica, ela registrou que, enquanto no ano passado foram contabilizada a entrada de 3 milhões de consumidores no sistema de bancos, neste ano, em igual período, esse número se elevou para mais de 9 milhões. Ou seja, triplicou. Ela acrescentou entre os atrativos os novos meios de pagamentos e os movimentos antifraudes, em um país onde mais se comete esse tipo de crime. E elogiou a chegada do Pix, como elemento fomentador do movimento também.

Falando sobre aspectos de regionalização quanto ao movimento da bancarização, a executiva mencionou sondagens que mostram consolidação nas capitais, mas sofre ainda de muito atraso nas áreas rurais, até mesmo onde prospera fortemente o agronegócio. E acenou com a internacionalização do negócio, levando a experiência brasileira para outros países da Américas Latina. Já chegando ao encerramento do bate-papo, a CEO delineou várias mudanças benéficas aos clientes e que surgiram em função das circunstâncias da pandemia. Soluções pontuais que se mostraram boas ideias e que vieram para ficar. E, respondendo a uma questão sobre a evidência de tantos levantamentos feitos pela executiva ao longo da live, ela explicou que existe mesmo uma área forte de sondagens que alimenta o portfólio e se aproveita da grande base de clientes do grupo Santander também. Ela considera fundamental a pesquisa permanente para as tomadas de decisão.

O vídeo com a entrevista na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube. Aproveite para também se inscrever e ficar por dentro das próximas lives. Amanhã (20), a série de entrevistas encerra a semana com o “Sextou?” que trará um debate sobre o novo Shopping, reunindo Sylvio Carvalho Netto, diretor do Shopping SP Market e Eliza Santos, gerente de marketing do Shopping Metropolitano Barra e Alessandra Agostini, gerente de Real Estate focada em estratégia e transações da EY.

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