Levantamento encomendado pela Worldpay mapeia o cenário atual dos meios de pagamentos em cinco regiões do mundo
O Pix se mostra consolidado como o meio preferido para pagamento dos consumidores brasileiros, representando 24% das transações do país em 2022, segundo aponta o “The Global Payments Report 2023”, divulgado pela Worldpay, empresa global em soluções de pagamento. No ano de 2021, pouco tempo após o seu lançamento pelo Banco Central do Brasil, o Pix representava apenas 12% das transações nacionais. A facilidade, agilidade, baixo ou zero custo por transação e a segurança fizeram com que a modalidade se tornasse um sucesso na adoção pelos consumidores brasileiros e um caso incomparável em relação aos outros países.
Apontado como líder em pagamentos em tempo real, o Pix vem integrando novas soluções e ampliando a sua abrangência rapidamente. Com esse avanço, até 2026, a previsão é que esse meio de pagamento será responsável por 35% do valor de todas as transações no e-commerce no Brasil, conforme o estudo da Worldpay. A pesquisa traz uma análise dos meios de pagamento em 40 países e cinco continentes, bem como tendências no universo de pagamentos digitais.
Entre os meios de pagamento mapeados pela pesquisa estão o cartão de crédito, cartão de débito, pagamentos instantâneos (também conhecidos como A2A – Account to Account), dinheiro em espécie, carteiras digitais, Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) e as criptomoedas. “Os consumidores buscam, cada vez mais, por jornadas de pagamento personalizadas que mantenham seus dados seguros, ágeis, convenientes e, se possível, que os recompensem por sua fidelidade. Hoje, os consumidores procuram por nada menos do que a perfeição”, analisou Juan Pablo D´Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para a América Latina.
Outros destaques no Brasil
No caso das carteiras digitais, estas também se apresentam de forma relevante no Brasil, com 18% da preferência dos consumidores apontados pelo estudo. Com 8% de participação nas transações em 2021, as carteiras digitais representaram quase o dobro no último ano e foram responsáveis por 15% das transações nos pontos de venda. “Essa modalidade está crescendo exponencialmente em todo o mundo. No Brasil e na América Latina não encontramos números diferentes – há uma tendência de breve consolidação deste método de pagamento também nestas regiões”, afirmou o executivo.
Já o cartão de crédito, consolidado há muitos anos, segue na liderança como meio de pagamento preferido, com 39% da população que o utiliza no comércio eletrônico; já em ponto de venda, o cartão de crédito fica com uma fatia de 37%. E o dinheiro em espécie, forma de pagamento tradicional, ainda representa 26% das transações – essa modalidade de pagamento vem perdendo espaço para os métodos digitais, que são mais práticos e convenientes para os consumidores. Mesmo assim, o dinheiro físico ainda é um meio necessário para realização de pagamentos em momentos emergenciais e para momentos em que os consumidores buscam por descontos nos pequenos comércios.
Principais tendências para a América Latina
O mercado regional de e-commerce da América Latina cresceu 19% em relação ao ano anterior, de 2021 a 2022, e está projetado para crescer outros 13% até 2026. Nesse cenário regional, os cartões de crédito (35%) continuam sendo os líderes em pagamentos no comércio eletrônico, mas estão lentamente perdendo participação para o A2A – Account to Account – (15%) e para as carteiras digitais (21%).
O comércio eletrônico possui projeções de crescer 11% no Brasil até 2026. Na Argentina, o crescimento previsto é de 21% e no Chile 16%. Enquanto o Pix se consolida junto ao consumidor brasileiro, um meio de pagamento vem refletindo o declínio no uso do boleto bancário – que caiu de 11% em 2021 para apenas 3% em 2022.
De acordo com The Global Payments Report 2023, o crescimento dos pagamentos em tempo real/instantâneos foi maior no Brasil (com o crescimento de 123% do Pix entre 2021 e 2022 e projeção de aumento de outros 23% até 2026), Colômbia (crescimento de 64% entre 2021 até 2022 e projeção + 21% até 2026) e Peru (crescendo 130% entre 2021 e 2022 e com previsão de aumento de 31%).
Com uma combinação de baixo custo e acessibilidade quase universal, na América Latina, a participação em valor de transações do A2A no e-commerce cresceu 71% entre 2021 e 2022, elevando sua participação regional no e-commerce de 11% para 15%.
Destaques no mundo
Em 2022, existiam 64 sistemas de pagamento em tempo real globalmente, quatro a mais do que o último levantamento realizado, em 2021. Isso está impulsionando o crescimento dos pagamentos A2A (Account to Account), que respondendo por quase US$ 525 bilhões em valor transacionado no e-commerce em 2022, e com previsão de uma taxa de crescimento anual composta de 13% até 2026. Já em países como a Índia, os pagamentos em tempo real são um sucesso e representam 19% das transações no e-commerce. Já no Reino Unido, por exemplo, essas transações representam apenas 9%.
As carteiras digitais também continuam crescendo globalmente – já são líderes globais e representam 49% das transações no e-commerce. A China é o país que mais utiliza as carteiras digitais, com presença em 81% das compras no e-commerce, e 56% dos gastos nos pontos de venda no último ano.
Seguindo as tendências globais, os Estados Unidos são destaque na utilização de cartão de crédito (30%) e carteiras digitais (32%) nas transações do e-commerce. As projeções indicam que haverá um novo declínio no uso do dinheiro em espécie em 2023, após um breve e raro aumento em seu uso durante a pandemia. Enquanto o dinheiro em espécie representou 12% nos PDVs em 2022, haverá um declínio de -5% na utilização desse meio de pagamento até 2026.
De acordo com o estudo da Worldpay, o Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) deve crescer de 5% para 6% de todas as transações no comércio eletrônico global até 2026. Em tempos econômicos desafiadores, os consumidores ficam mais interessados em modalidades de crédito alternativo como BNPL.
Alguns governos estão promovendo a diminuição do uso do dinheiro em espécie – Tailândia de 63% para 56%, Índia de 37% para 27% e o Vietnã de 54% para 42% no período de 2021 até 2022 – , reforçando a utilização de métodos de pagamento em tempo real e de carteiras digitais. Enquanto isso, outros países estão introduzindo novas legislações para retardar o rápido declínio no uso do dinheiro em espécie, pois existe uma preocupação com o impacto que isso terá em certos grupos sociodemográficos, como os idosos e os desbancarizados.