Surgida no pós-guerra, a marca e os produtos Tupperware se difundiram em 100 países utilizando o sistema de venda direta, onde o vendedor vai até a casa do cliente ou convida os consumidores para uma reunião informal onde são apresentados os produtos da marca entre uma conversa e outra. Essa proximidade permite que a empresa conheça o seu público e a expectativa dele em relação ao que está sendo oferecido. E, apesar do recebimento de ofertas, a Tupperware nunca entrou no ramo varejista por preferir manter um relacionamento próximo ao cliente, como contou Luiza Souza, diretora de marketing da marca, durante sua palestra no 3º Encontro de Feras, realizado hoje (22), em São Paulo.
Ela explica que, atualmente, as empresas estão precisando se adequar ao cliente, conhecê-lo melhor, a fim de proporcionar uma experiência completa, e a venda direta proporciona esses dados de forma mais rápida e eficaz. Mais do que isso é um modelo de negócio que permite a inclusão econômica. “Esse conceito é ideal para países emergentes, pois apresenta oportunidade para pessoas, já que não exige qualificação prévia, apenas a vontade de crescer por gostar do produto”, afirma Luiza, ao mostrar que o Brasil é o 4º país no mundo com maior número de vendedores diretos – em torno de 2,9 milhões de pessoas envolvidas em 2013.
Para demonstrar a funcionalidade desse modelo de vendas, Luiza apresenta o case de duas vendedoras do estado do Pará. Ambas residem em municípios pequenos, com cerca de 30 mil habitantes cada e onde só é possível chegar de barco. Nessas cidades também existe o desligamento da energia elétrica durante à noite. “Essas vendedoras conseguiram observar as necessidades das suas amigas, vizinhas e familiares, e assim entender quais produtos atendem-nas. Dessa forma, é possível proporcionar uma melhor experiência para o consumidor que, geralmente, faz parte do círculo de relacionamento pessoal de cada vendedor”, conta a diretora da Tupperware, acrescentando que ao mesmo tempo as vendas ajudaram na melhoria da renda familiar.