Além da agilidade, o Pix contribui para uma maior transparência e controle nas finanças corporativas
Autor: Edson Gonçalves
Desde o seu lançamento, o Pix se consolidou como uma ferramenta essencial no mercado de pagamentos, tanto para consumidores quanto para empresas. No entanto, quando falamos da sua aplicação na gestão de despesas e viagens corporativas, o seu impacto vai além de simples transferências instantâneas; ele redefine a eficiência e a transparência dos processos financeiros internos. Como executivo que lida diariamente com os desafios da gestão de despesas, posso afirmar que a ferramenta não é apenas uma inovação conveniente, mas um divisor de águas para as operações financeiras corporativas.
Inicialmente, muitas empresas demonstraram receio em adotar o Pix devido a preocupações com segurança e confiabilidade. No entanto, à medida que a tecnologia evoluiu e a confiança no sistema aumentou, ficou claro que ele oferece vantagens que não podem ser ignoradas: agilidade, redução de custos e maior controle sobre as finanças. De acordo com dados do Banco Central (BC), até agosto de 2024, o volume de transações realizadas por pessoas jurídicas (PJ) através do Pix cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o valor movimentado aumentou 25%, reforçando a confiança e a adoção do Pix no ambiente empresarial.
Um dos principais benefícios do Pix é a agilidade na gestão de reembolsos de despesas. Tradicionalmente, a restituição de despesas, e viagens, podem ser um processo demorado, envolvido por uma série de etapas que incluem a submissão de relatórios, aprovações e, finalmente, o pagamento. Além da agilidade, o Pix contribui para uma maior transparência e controle nas finanças corporativas. Ele permite a integração com sistemas de gestão financeira, possibilitando a automatização de processos como conciliação de despesas e auditoria de transações. Essa integração facilita a sincronização de dados e reduz a necessidade de inserções manuais, minimizando erros e otimizando a precisão dos registros financeiros.
A confiança no sistema também pode ser observada através do aumento das transações entre empresas e indivíduos (B2P), como reembolso de despesas e salários, que cresceram, segundo dados do BC, 35% até agosto de 2024 em comparação ao ano anterior. Esse crescimento, aliado a um aumento de 10% no valor médio por transação, reflete o uso crescente da ferramenta em operações de maior valor, como bônus e prêmios, demonstrando sua importância para pagamentos corporativos.
Contudo, a adoção do Pix não é isenta de desafios. Muitos executivos ainda encontram barreiras culturais e tecnológicas nas suas organizações, que podem dificultar a integração do sistema nos processos de gestão financeira. Resistência à mudança e a necessidade de adequações regulatórias são obstáculos frequentes que precisam ser superados. No entanto, esses desafios não são intransponíveis. Com investimentos adequados em atualização tecnológica, treinamentos e suporte especializado, é possível transformar a ferramenta em um pilar estratégico de eficiência.
Com a chegada prevista do Pix por aproximação, e do Pix automático, a partir de 2025, as expectativas para o futuro são ainda mais promissoras. Imagine a possibilidade de automatizar pagamentos recorrentes, simplificar a vida dos funcionários em viagens corporativas com transações rápidas por aproximação, e reduzindo assim a dependência de processos manuais. Essas inovações prometem tornar a gestão financeira ainda mais integrada, fluida e em conformidade com as necessidades dinâmicas das empresas.
Assim, o Pix é mais do que uma simples ferramenta de pagamento. É um catalisador de transformação digital que está redefinindo a gestão financeira das empresas. Ao oferecer agilidade, segurança, transparência e redução de custos, o pagamento instantâneo se tornou um aliado indispensável para as empresas que buscam otimizar as operações e alcançar resultados superiores aos concorrentes.
Acredito que o futuro da gestão financeira passa pelo Pix. As novas funcionalidades que estão sendo desenvolvidas, prometem revolucionar ainda mais a forma como as empresas gerenciam seus pagamentos. Ao incorporar essa tecnologia, as companhias estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios do mercado e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Edson Gonçalves é cofundador e VP de produtos na Paytrack.