Vanesa Meyer

Salto de inovação

A Visa publicou a segunda edição de seu estudo sobre inovação, Innovation Rising in Latin America: Lessons from Innovative Leaders Across the Region, relatório que detalha os progressos, os indicadores, as tendências e os padrões das empresas mais inovadoras da América Latina e do Caribe. Lançado 16 meses após o primeiro relatório, o novo estudo revela aumento de 24% no número de empresas nas fases Avançada e Madura/Inovadora Nata e que a pandemia de Covid-19 ajudou a impulsionar a tendência na região.

O Brasil despontou como líder absoluto, reunindo 43% das empresas mais inovadoras. Porém, a região tem outros fortes exemplos, incluindo mercados menores como Costa Rica e Uruguai. O estudo foi conduzido pela Americas Market Intelligence (AMI) e rastreou e avaliou mais de 100 empresas em mercados da América Latina e Caribe com base em cinco pilares de inovação: Apoio Interno à Inovação, Colaboração Externa, Execução, Uso de Tecnologia, e Impacto e Escala.

“Na Visa, estamos cientes da relação entre a experiência do consumidor e a inovação na América Latina e no Caribe”, disse Vanesa Meyer, head de Inovação e Design da Visa América Latina. “Nossos estudos com as empresas mais inovadoras deixam evidente que estamos entrando em uma nova era, onde os limites entre as empresas ficam indistintos: para avançarem, as empresas precisam ser mais do que instituições – elas precisam ser plataformas. Pagamentos totalmente integrados, instantâneos e interoperáveis estão se tornando realidade na região e o comércio acontece em todo e qualquer lugar.”

O estudo Innovation Rising in Latin America revela que, independentemente de seu porte, setor de atuação ou do fato de sua operação ser digital ou física, os pioneiros têm três características em comum:

1) Espírito inovador e um desejo sincero de melhorar a vida dos consumidores. As empresas mais inovadoras lançam produtos que melhoram a vida dos consumidores; querem criar valor agregado e ser as primeiras a resolver as dores dos seus clientes. Além de terem grandes ideias, sabem transformá-las em produtos e funcionalidades viáveis rapidamente. Sessenta por cento (60%) das pesquisadas têm uma equipe exclusiva de inovação, e 89% das grandes inovadoras integram a inovação no modelo de negócio da organização. No grupo das grandes inovadoras, mais de 70% das equipes usam metodologia ágil para aprimorar e desenvolver produtos e serviços em menos tempo. Além disso, as grandes inovadoras lançaram 39% mais provas de conceito no mercado, o que dá uma média de 17 novos produtos por ano

2) Amplo uso de APIs e tecnologias avançadas. As grandes inovadoras usam praticamente o dobro de APIs que as outras empresas da amostra; além disso, usam biometria, tokenização, inteligência artificial (IA), aprendizado automático e Internet das Coisas (IoT) de forma inteligente para viabilizar experiências comerciais invisíveis e sem fricção. As grandes inovadoras têm uma média de 89 APIs externas ou abertas (o triplo da amostra total); as instituições financeiras foi o grupo que mais aumentou o uso de APIs – 182% desde o primeiro estudo. E setenta e sete por cento das empresas mais inovadoras usam biometria; 44% mais empresas estão usando IA desde o estudo anterior

3) As grandes inovadoras estão mais dispostas a se associar a fintechs e startups para evoluir seus produtos e serviços. As grandes inovadoras fazem parcerias para ter acesso a expertise e capacidades externas à sua área de domínio. Elas fizeram 50% mais parcerias do que seus pares no estudo; as 30 mais inovadoras têm uma média de 16 parcerias. E cinquenta por centro das grandes inovadoras investiram em startups, contra 38% da amostra total; 40% tinham programas de incubação/aceleração, contra 28% da amostra total; 90% formaram parcerias comerciais com startups, contra 75% da amostra total.

Movidas por estruturas de trabalho ágeis, sistemas internos baseados em nuvem e a mentalidade de perguntar ‘como podemos ajudar?’ ao invés de ‘como iremos sobreviver?’, os insights revelaram que as empresas inovadoras se mobilizaram rapidamente para ajudar seus clientes. “No geral, empresas onde a digitalização e a inovação nos pagamentos já estavam adiantadas se mostraram mais aptas a reagir com rapidez e efetividade às necessidades do consumidor durante a Covid-19”, complementou Meyer.

Covid-19 motivou inovação
Um estudo à parte da Visa confirma o papel da Covid-19, que pode ter sido o mais poderoso motivador da digitalização na América Latina e no Caribe. Três grandes tendências emergiram no novo estudo – a segunda onda do Latin America Covid-19 Consumer Sentiment Report, publicado pela Visa em julho:

– As finanças pessoais estão apertadas, mas os consumidores priorizam experiências e relacionamentos. Metade dos consumidores diz que suas finanças foram prejudicadas durante a pandemia, o que os fez reavaliar o valor das coisas e perceber o quanto saúde, experiências e relacionamentos são importantes. Os consumidores estão priorizando a compra de itens de necessidade básica: equipamentos de proteção (58%), serviços de streaming (55%), produtos de limpeza doméstica (49%), produtos de higiene/beleza/cuidados pessoais (41%), e itens de mercearia (37%).

– Os consumidores esperam e estão substituindo o dinheiro por outros métodos de pagamento. A pandemia acelerou a adoção de soluções de pagamento alternativas ao dinheiro – quase 70% dos consumidores estão usando menos dinheiro do que antes. Cinquenta e quatro por cento dos pesquisados afirmam ter usado cartões durante a pandemia e que pretendem continuar a fazê-lo com a mesma intensidade no futuro. O e-commerce se tornou um dos únicos canais de acesso a muitos produtos e serviços. A Visa relatou que, no Brasil, o número de credenciais de e-commerce ativas aumentou 11%, enquanto os gastos por credencial ativa aumentaram 12%. Em mercados onde o e-commerce não é tão desenvolvido, como Argentina, houve uma mudança impressionante na adoção e o número de cartões ativos no e-commerce cresceu mais de 100%. Além disso, alguns emissores inovadores começaram a oferecer serviços bancários via WhatsApp, aumentando o registro de contas on-line e as transações com cartões virtuais, o que demonstra a disposição do consumidor em adotar a digitalização.

– Compras via mídia social. A pandemia também fez surgir muitas formas inovadoras de comprar e pagar por meio de plataformas de mídia social. Oitenta e dois por cento dos consumidores conheceram formas inovadoras de comprar produtos e serviços e mais de 80% afirmam que gostariam de usar o WhatsApp como método alternativo de pagamento. Um estabelecimento comercial inovador habilitou uma funcionalidade de vendas no WhatsApp para sua força de trabalho remota, elevando substancialmente as vendas do canal e-commerce.

“A grande prioridade das empresas inovadoras é oferecer mais valor ao cliente. Ao mesmo tempo, elas estão reconhecendo e capitalizando as oportunidades e demandas não atendidas que a pandemia despertou na região”, concluiu Meyer.

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