Sondery e ESPM debatem acessibilidade dentro da publicidade

Encontro analisa as perspectivas do consumidor com deficiência diante do cenário atual de comunicação

Apesar de representar um número expressivo com potencial para aumentar o consumo das marcas, a realidade mostra que campanhas e anúncios ainda não consideram as pessoas com deficiência. Em pesquisa realizada pela Aliança Sem Estereótipos, dos anúncios analisados no Brasil, apenas 1,2% mostram pessoas com deficiência. Diante deste cenário, a Sondery, consultoria de acessibilidade criativa com foco em consumo, realizou o Encontro de Publicidade e Acessibilidade (EPA), que contou com apoio da ESPM para debater a publicidade e as experiências de consumo por meio da perspectiva do consumidor com deficiência.

“Vivemos em um país com 18,6 milhões de pessoas com deficiência. Normalmente, este é um consumidor ainda não considerado pelas marcas. Por isso, além de convidar os anunciantes para considerá-los como público alvo, ao pensar o EPA, buscamos criar essa estrutura para debater a inclusão das pessoas com deficiência também na criação e como personagens da publicidade”, comenta Ana Clara Schneider, fundadora e diretora executiva da Sondery.

Realizado na última terça-feira, 12, na ESPM Tech, o EPA reuniu profissionais de comunicação, agências e marcas. Em uma manhã de conteúdo voltado para analisar as experiências de consumo por meio da perspectiva do consumidor com deficiência, o encontro teve como parceiros a K&K Libras, MAV e Audiodescrição Rosa Matsushita. “Precisamos pensar e criar vantagens competitivas nas empresas. E a diversidade traz tudo isso. A inovação não vem do mesmo, vem da diversidade, do pensar diferente”, comentou Jaercio Barbosa, professor da ESPM, com um convite para criação de uma maneira de pensar diferente para atender necessidades específicas do mercado. 

O primeiro painel, “Como os consumidores com deficiência percebem a sua marca?”, buscou abordar a percepção de marca pelo ponto de vista deste consumidor, e contou com os painelistas Fábio Sá, intérprete de Libras e consultor de acessibilidade, Edgar Jacques, consultor de acessibilidade especialista em audiovisual, e Katia Fiorante, fundadora da K&K Libras.

O segundo debate do dia, “A importância da representatividade e acessibilidade nas campanhas publicitárias”, teve como foco discutir a forma correta de incluir essa representatividade, evitando reforçar os estereótipos das pessoas com deficiência. Neste painel, participaram Marco Pellegrini, especialista em Tecnologia Assistiva e articulador de Políticas de Inclusão Sociais, e Vitor Bastos, da Tambor.biz, mentor, palestrante e especialista em marketing de influência. 

Para finalizar, o painel “Como melhorar as Experiências de Consumo do seu produto ou serviço” contou com a presença de Nicolas Levada, publicitário, especialista em Marketing Digital e Ads Account Manager no Google, e Ana Clara Moniz, criadora de conteúdo, jornalista, palestrante, em um debate sobre como as pessoas com deficiência se relacionam com as marcas. “Somos consumidores muito fiéis, porque é muito difícil achar produtos que funcionem pra gente. Então quando encontramos, continuamos comprando até surgir outro, se surgir”, pontuou Ana Clara Moniz durante o painel, reforçando a fidelidade do consumidor com deficiência.

Ao encerrar o encontrou, Ana Clara Schneider destacou a importância de considerar a acessibilidade no briefing. “Quanto antes a gente pensar, melhor isso acontece. O resultado tem um potencial de não apenas ser correto, mas também criativo. Esse é o grande objetivo que temos, mostrar que acessibilidade e criatividade podem e devem coexistir”, finalizou a fundadora e diretora executiva da Sondery. A gravação do evento está no canal da Sondery no YouTube e pode ser acessada por aqui.

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